Atualizada às 20h19
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, decidiu nesta segunda-feira (20/01) retirar o convite ao Irã para que o país fizesse parte da conferência “Genebra II”, destinada a negociações de paz na Síria. Um dos principais grupos opositores ao presidente Bashar Al-Assad colocou a exclusão dos iranianos como condição para participar do encontro.
A conferência deve tentar implementar o chamado “comunicado de Genebra”, base estipulada pela comunidade internacional em 2012 para tentar pôr fim à guerra civil na Síria, e que prevê a criação de um ente provisório com poderes executivos, o que é visto com reservas por Teerã.
“Já que [Irã] escolheu ficar de fora desse entendimento básico, [Ban] decidiu que a reunião de um dia de Montreux vai acontecer sem a participação iraniana”, anunciou o porta-voz do secretário-geral, Martin Nesirky, em uma breve declaração à imprensa.
Agência Efe
Ban Ki-Moon retirou convite para o Irã participar da conferência “Genebra 2” após pressão de opositores a Assad
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O recuo acontece após o próprio secretário ter dito que o Irã desempenharia um “papel construtivo”. “Acredito fortemente que o Irã precisa fazer parte da solução para a crise síria. (…) Mohammad Zarif [ministro iraniano das Relações Exteriores] garantiu que o Irã desempenhará um papel construtivo e positivo em Montreux”, disse.
Mais cedo, uma nota da Coalizão Nacional Síria (CNFROS) afirmou que Ban já havia manifestado sua frustração pela rejeição do Irã a reconhecer os princípios estabelecidos em uma primeira conferência realizada em Genebra em 2012, que servirão de referência na segunda reunião. Síria e Irã mantém relações próximas desde a Revolução Iraniana, na década de 1970.
As negociações “Genebra 2” começam nesta quarta-feira (22/1) na cidade suíça de Montreux, com o intuito de colocar um ponto final à guerra civil para buscar um governo de transição à Síria. O conflito já matou mais de 100 mil pessoas e dura três anos.
(*) Com Efe