A ilha de Barbados, no Caribe, se tornou nesta terça-feira (30/11) a mais nova república do planeta e rompeu seus laços com o colonialismo britânico. Independente desde a década de 1960, o país ainda mantinha a rainha Elizabeth II como chefe de Estado.
A cerimônia ocorreu na presença do príncipe Charles e marcou a posse de Sandra Mason, até então governadora-geral de Barbados, como primeira presidente na história da ilha caribenha.
Em discurso de posse, Mason declarou que “a República de Barbados zarpou para sua viagem inaugural”, reconhecendo o mundo “complexo, fraturado e turbulento” em que o país precisará navegar.
“Nossa nação precisa sonhar sonhos grandes e lutar para realizá-los”, acrescentou. A proclamação da república encerra quatro séculos de submissão ao trono britânico, incluindo mais de 200 anos de escravidão, abolida apenas em 1834.
Em uma iniciativa que tinha sido debatida há anos, a primeira-ministra Mia Mottley havia anunciado em 2020 que Barbados, uma ex-colônia do Reino Unido, se tornaria uma república em novembro de 2021 no 55º aniversário da sua independência, afastando a rainha britânica.
“Desde os dias mais sombrios de nosso passado e a terrível atrocidade da escravidão, que mancha nossa história para sempre, o povo dessa ilha forjou seu caminho com extraordinária firmeza”, reconheceu Charles.
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Barbados se tornou oficialmente república após séculos de submissão ao trono britânico
A cerimônia também contou com a presença da cidadã mais ilustre do país, a cantora Rihanna, proclamada como heroína nacional. “Que você continue brilhando como um diamante e trazendo honra para nossa nação”, declarou a primeira-ministra Mia Mottley.
Com cerca de 280 mil habitantes, Barbados vive sobretudo do turismo, setor duramente afetado pela pandemia da covid-19 e que depende dos visitantes britânicos.
No entanto, ativistas de movimentos negros acreditam que a proclamação da república é um primeiro passo para obter reparações financeiras pelos mais de dois séculos de escravidão, período que moldou as profundas desigualdades vistas no país atualmente.
A última vez que a rainha Elizabeth II foi removida do cargo de chefe de Estado foi em 1992, quando a ilha de Maurício, situada no oceano Índico, proclamou-se uma república.
(*) Com Ansa e Sputnik.