A emissora estatal de TV da Síria exibiu nesta quinta-feira (08/08) imagens do presidente do país, Bashar al Assad, participando de orações em uma mesquita de Damasco, ocasião em que comemorou o feriado muçulmano do Eid al Fitr, que dá fim ao jejum do Ramadã.
As imagens foram mostradas minutos após informações divulgadas pelas redes de TV Al Arabiya, da Arábia Saudita, e Al Jazeera, do Catar, afirmando que um grupo rebelde teria atacado o comboio presidencial quando este se aproximava do templo. Essas notícias tinham como fonte Firas al Bitar, integrante da oposição armada ao regime sírio e líder do Liwa al Islam, grupo militar rebelde que reivindica o ataque.
Agência Efe
O presidente sírio Bashar al Assad (ao centro), rezando na mesquita de Damasco. Imagem distribuída pela agência estatal Sana
Segundo Bitar, suas milícias teriam conseguido disparar 12 morteiros contra Assad. No entanto, ele reconheceu que não teria como afirmar se teria atingido o presidente. IO grupo postou um vídeo no You Tube afirmando tratar-se do momento da ação militar. Não há imagens de explosão ou feridos, apenas de fumaça cobrindo prédios.
NULL
NULL
Bitar informou também o grupo rebelde sabia com antecedência que o comboio passaria pelo local, devido a uma comunicação da Coordenação da Revolução Síria sobre o reforço da segurança no bairro de Malki, um dos mais seguros da capital.
O grupo ainda publicou um vídeo no site YouTube dizendo que era do momento do ataque, em que aparece fumaça cobrindo prédios na região, sem imagens de explosão ou do comboio que teria sido atingido. A autenticidade do vídeo não pôde ser confirmada.
Já o ministro da Informação do país, Omram al Zoubi, desmentiu o ocorrido via comunicado, chegando a dizer que o presidente dirigia seu próprio carro em direção à mesquita, “tendo cumprimentado centenas de populares durante o trajeto”. “O que a 'Al Arabiya' e 'Al Jazeera' informaram é completamente falso, são mentiras. Sonham com uma notícia assim”, ironizou.
“A vida é normal em Damasco e a situação é mais que boa”, acrescenta o ministro no texto.
Esta é a terceira aparição do presidente em uma semana, período em que o regime sírio tenta dar maior visibilidade às vitórias em combates contra rebeldes em diversas cidades.
O país se encontra em guerra civil desde março de 2012, quando grupos rebeldes, muitos com apoio de potências ocidentais, passaram a lutar pela deposição do governo. Segundo a ONU, pelo menos 100 mil pessoas morreram nos confrontos.
Nos últimos dois meses, os soldados do governo ganham terreno em diversos bastiões rebeldes, como a periferia de Damasco e a Província de Homs.