Além de seu envolvimento em escândalos de prostituição e tráfico de lealdades políticas, agora o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi também foi considerado responsável pela contratação de mafiosos para serviços de segurança particular na década de 1970.
Contatos do antigo dirigente com a organização criminosa Cosa Nostra teriam ocorrido graças à intermediação de um amigo íntimo, o senador Marcello Dell’Ultri. Condenado em 2010 a sete anos de prisão por associação à organização criminosa, o parlamentar tornou-se pivô de uma polêmica nacional ao ser isentado no último mês de março do cumprimento da sentença. Para a corte, faltavam provas contra Dell’Ultri e um novo julgamento deve ser marcado.
Esta foi uma das revelações das 146 páginas do processo concluído pela Corte Suprema da Itália sobre o caso. Divulgadas nesta quarta-feira (25/04) pela imprensa do país, elas confirmam que o ex-primeiro-ministro já usufruía dos serviços de segurança particular oferecidos pela máfia siciliana.
O relatório assegura que o mafioso Vittorio Mangano, já falecido, foi contratado como tratador de cavalos, na realidade, se encarregasse da segurança privada de Berlusconi e sua família. Entre suas responsabilidades estava “acompanhar as crianças à escola”. Antes de ser assassinado pela máfia, em 1992, o procurador de Palermo Paolo Borsellino descreveu Mangano como o homem que tratava dos interesses da Cosa Nostra no Norte do país.
Segundo os juízes, está “provado que o magnata pagou somas consideráveis de dinheiro à máfia”, o que torna, portanto, era “claro o acordo de natureza protetora e colaborativa entre Berlusconi e a Cosa Nostra”.
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