O ex-presidente norte-americano Bill Clinton (1993-2001) vai assumir a função de enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Haiti, anunciou hoje (19) o secretário-geral Ban Ki-moon. Será a primeira pessoa a assumir essa função.
Clinton terá a função de sensibilizar potenciais países investidores para a reconstrução do Haiti. Em abril último, houve uma reunião da ONU em Washington com o objetivo de arrecadar mais de 700 milhões de dólares, mas só foram obtidos pouco mais de 300 milhões, o que a organização entendeu como um fracasso.
“Estivemos juntos há dois meses nesse país e sua presença ajudou a levantar a consciência da comunidade internacional sobre os problemas locais”, declarou Ban Ki-moon em entrevista coletiva.
Clinton esteve no Haiti em março, durante uma visita oficial de dois dias do secretário-geral da ONU. O objetivo era apoiar o plano de desenvolvimento elaborado pelo governo local, que busca aquecer a economia haitiana. A relação do ex-presidente com o Haiti, no entanto, não é nova. Ele já trabalha pelo país através da organização filantrópica que mantém, a Clinton Global Initiative.
Clinton é popular entre muitos haitianos porque durante seu mandato, em 1994, enviou 20 mil soldados ao país, numa missão que retirou do poder um regime autoritário imposto por uma junta militar, que havia deposto o então presidente Jean-Bertrand Aristide. Em 1995, tornou-se o segundo líder norte-americano a visitar o país, depois de Franklin Roosevelt, em 1934.
Em abril, a mulher do ex-presidente, a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton, tornou-se a mais alta representante do governo Barack Obama a visitar o Haiti. O casal Clinton já fez elogios em diferentes ocasiões ao trabalho desempenhado pelas forças de paz comandadas pelo Brasil que atuam no Haiti.
Hillary disse hoje na Casa Branca que o Haiti é “uma grande prioridade” para os Estados Unidos. Também manifestou apoio às tentativas do governo local de tentar reerguer a agricultura e a pesca, duas principais atividades econômicas do país.
Minustah
A respeito da missão de estabilização das Nações Unidas, que trabalha
no país desde 2004, comandada pelo Brasil, Ban Ki-moon disse que não haverá
alterações. “Não haverá nenhuma mudança em relação à Minustah, que
desenvolveu um papel muito importante em restaurar a paz e a
estabilidade no país”.
Miséria
O Haiti, que é o país mais pobre do Ocidente, foi devastado por quatro furacões no ano passado, que deixaram cerca de 900 mortos e 800 mil feridos. Calcula-se que 80% da população viva abaixo da linha da pobreza, com menos de 2 dólares por dia.
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