O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, chamou recentemente o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, de “antissemita e perigoso belicista” e o da Venezuela, Hugo Chávez, de “populista-fascista”. Essa manifestação provocou uma reação de repúdio do PT, partido ao qual o ministro é filiado.
Em mensagem endereçada a Minc, enviada ontem (19), o secretário de relações internacionais do PT, Valter Pomar, afirma ter remetido uma primeira carta no dia 8 de abril pedindo que o ministro confirmasse ou negasse ser o autor de opiniões publicadas no site “Notícias da Rua Judaica”.
No texto, Minc afirma que Chávez é um “perigo” e uma pessoa “sem nenhum apego ao estado de direito, sem cultura política, com passado golpista e um anti-semita assumido”. Também expõe preocupação com o arsenal nuclear iraniano, “o principal risco à paz planetária”.
O ministro também menciona “uma reunião de cerca de 40 judeus que são do primeiro e segundo escalões do governo federal com os nossos dirigentes da Conib (Confederação Israelita do Brasil) para estabelecermos um diálogo franco e direto, sem intermediários”.
Devido ao silêncio, conforme explica Pomar no texto, no dia 17 de abril outra correspondência foi enviada, presumindo como da autoria de Minc as afirmações no site e comunicando que as palavras do ministro acerca de Chávez “discrepavam profundamente da opinião do Partido dos Trabalhadores” e coincidiam “perigosamente com as manifestações da direita brasileira”.
Pomar lembra que enviou a segunda correspondência ao assessor internacional da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, com a intenção de que este informasse ao presidente Lula “a surpresa e o desagrado do PT com a manifestação pública de um ministro, tratando de ‘populista-fascista’ o presidente de uma república sul-americana com que mantemos, enquanto partido, governo e país, uma relação de proximidade, amizade e aliança em diversos terrenos”.
Contra a visita do presidente iraniano
Minc respondeu ao pronunciamento de Pomar de forma indireta no dia 2 de maio, por meio de uma mensagem ao controlador do site “Notícias da Rua Judaica”, Osias Wurman, publicada no espaço. Nela, agradece as manifestações de apoio que recebeu “quando da tentativa de me patrulharem quanto às opiniões que expressei nesta nossa Avenida da dignidade judaica em relação ao populista e golpista Hugo Chaves (sic)” e aproveita para repudiar a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil, marcada inicialmente para o início do mês, que foi cancelada pelo governo iraniano.
O ministro se disse contrário à visita “deste fundamentalista, antissemita e perigoso belicista que é Mahmoud Ahmadinejad, um perigo à paz, um inimigo dos judeus, um apoiante do terrorismo”. E completou afirmando que manifestaria formalmente o protesto ao presidente Lula.
Na carta enviada ontem, Pomar lamenta o que Minc chama de “patrulhamento”. Para ele, trata-se na verdade de uma “crítica direta, franca, honesta e responsável do partido”.
Procurada desde a manhã de hoje (20), a assessoria do Ministério do Meio Ambiente informou que o assunto estava sendo tratado pela chefia de gabinete do ministro e não deu retorno até as 16h45.
Mensagem publicada no site “Notícias da Rua Judaica”
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