O décimo terceiro encontro da União Africana na Líbia, que foi realizado até a ultima sexta-feira (3) por 30 países da região da Líbia, teve como convidado especial o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O foco do Brasil, muito mais do que todos os outros países da América do Sul e do Bric (acordo entre Brasil, Rusia, India e China, as economias emergentes) é o investimento em agricultura na África”, explica ao Opera Mundi Stefano Manservisi, diretor da Comissão Europeia para as relações com África e o Caribe, presente durante o encontro.
Ele explica: “primeiro porque África é um continente que agora sabe que tem muito para vender. Segundo, porque são 53 Estados que dão votos ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde o Brasil está almejando a posição de membro permanente. Terceiro porque é o melhor lugar para exportar tecnologia sobre o biodiesel”.
Manservisi considera que o biodiesel proposto pelo Brasil pode ser uma saída para a agricultura dos pequenos camponeses, já que 70% da população africana vive da economia rural, e pode ser uma alternativa para a emigração massiva a outras cidades e a outros países.
“O custo da produção de biodiesel se auto-sustenta, não necessita de combustível, tem menor impacto ambiental. Apesar do que dizem os cálculos alarmistas, o impacto do biodiesel sobre a crise dos alimentos na África é mínimo”, acrescenta.
Sem sociedade civil
A opinião da sociedade civil sobre os biocombustíveis não teve muito espaço no encontro, que foi marcado pela ausência das ONGs. “Os problemas verdadeiros da África foram tratados entre os presidentes, sem as pessoas que vivem nas ruas e nos campos da África”, lamenta Reed Brody, representante da Human Rights Watch.
A resolução final lembra o premio Nobel Nelson Mandela, que é para todos o símbolo de uma África forte e digna e deu um destaque a cooperação com a África e com a América do Sul. Também mencionou os bilhões de pessoas que vivem no continente, e que vêem o encontro como a solução para o problema das mudanças climáticas e para todos os conflitos sangrentos. O compromisso, dizem os porta-vozes de todos os Estados, é, apesar do desafio, não decepcionar.
NULL
NULL
NULL