A Bolívia comemora nesta sexta-feira (6/8) seu 185º aniversário em meio a protestos em regiões nas quais o presidente Evo Morales teve quase 80% dos votos quando foi reeleito há sete meses, a fim de conduzir um processo de mudança política, econômica e cultural que enfrenta múltiplas resistências.
As manifestações não são reclamações diretas contra o governo Morales, ainda que seja exigida sua atuação para superar os conflitos.
O ato central das comemorações da independência será uma reunião da Assembleia Legislativa Plurinacional, em Santa Cruz, cujas autoridades ratificaram seu rechaço a içar a Whipala, bandeira multicolorida indígena que a nova Constituição institui como símbolo pátrio.
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O município e o comitê cívico, que reúne contrários a Morales, instruíram pelo contrário que fosse hasteada junto ao pavilhão nacional somente a verde e branca do departamento — reduto da oposição ao presidente — , porque “arriar uma bandeira significa rendição”.
Protestos
Dirigentes cívicos de Potosí — que têm realizado uma série de protestos nos últimos dias, como o bloqueio de estradas que ligam o departamento a Sucre e Tarija — reivindicam 180 hectares da área limítrofe que mantém com Oruro, que também acredita que tal território pertence à sua jurisdição.
O ponto em questão fica entre as localidades de Coroma (Potosí) e Quillacas (Oruro), região conhecida por sua riqueza em recursos naturais. Apesar de ser motivo de discussão há décadas, o conflito ampliou-se nos últimos dias com a intensificação dos protestos, que chegaram a atos de violência.
Os moradores de Potosí solicitam ainda as instalações de uma fábrica de cimento, projeto que foi paralisado há um mês, e de um aeroporto internacional, além de atenção aos projetos viários.
Apesar de ser motivo de discussão há décadas, o conflito ampliou-se nos últimos dias.
Já em La Paz, comerciantes interromperam ontem seus protestos, que já duravam dois dias, para planejar “novas estratégias de luta”, segundo eles, contra uma lei que endurece a pena a contrabandistas.
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