O governo da Bolívia pediu nesta segunda-feira (9/8) que os manifestantes suspendam a greve e os bloqueios das estradas de Potosí, no sul do país, para pressionar Evo Morales a buscar uma soluça ao conflito com Oruro, que já dura 12 dias.
O ministro da presidência, Oscar Coca, ratificou a posição oficial. As autoridades dos dois departamentos, redutos do presidente Evo Morales, acirraram nas últimas semanas a disputa histórica por uma área de 180 hectares entre as localidades de Coroma (Potosí) e Quillacas (Oruro), região conhecida por sua riqueza em recursos naturais.
De acordo com a proposta oficial, Morales exige que os protestos sejam suspensos para receber os dirigentes de Potosí e ouvir suas demandas ou enviar ministros para negociar na cidade do sul do altiplano. Atualmente, cerca de 600 pessoas estão em greve de fome na localidade, que fica no departamento homônimo, a 550 quilômetros ao sul de La Paz.
No domingo, 30 turistas franceses que visitavam a região foram retirados de Potosí. Porém, ainda há cerca de cem estrangeiros na região, localizada a 4 mil metros de altitude, e com escassez de alimentos e medicamentos em decorrência dos bloqueios.
Demandas
O trânsito entre Potosí e as outras cidades se limita a entradas de caminhões e saídas de automóveis em geral. O bloqueio tem afetado também as cidades vizinhas Sucre e Tarija, além de povoados da fronteira com a Argentina. Coca ratificou, em coletiva, que o conflito de divisas entre Potosí e Oruro deve ser negociado em outro departamento.
No entanto, as organizações de Potosí exigem uma negociação conjunta em sua cidade sobre os cinco pontos de reivindicações para o desenvolvimento regional e sobre o conflito com Oruro.
Entre as outras demandas, estão a instalação de fábrica de cimento, de um aeroporto internacional, projetos de estradas, plano metalúrgico e a preservação do Cerro Rico, montanha localizada em Potosí explorada desde o período colonial. As manifestações estão sendo impulsionadas pelo Comcipo (Comitê Cívico Potosinista).
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