A Bolívia pediu à ONU que os países-membros entreguem acusados de terrorismo e separatismo para que sejam julgados em território boliviano, como previsto nos tratados internacionais de extradição.
“A Bolívia ratifica o fato de que países que formam as Nações Unidas entreguem os cidadãos ligados a atos de terrorismo e separatismo para que sejam processados por nossa legislação”, disse o ministro de Governo do país, Sacha Llorenti, no workshop “Marco Jurídico Universal da Luta contra o Terrorismo”, realizado em La Paz, com a presença de especialistas da ONU e da OEA (Organização de Estados Americanos).
O pedido de Llorenti ocorre depois que o juiz Luis Tapia Pachi, acusado de prevaricar a favor de acusados por terrorismo e secessão na Bolívia, pediu asilo no Brasil, alegando “perseguição política”. Há mais de um ano, já está também em território brasileiro o réu protegido pelas decisões judiciais de Tapia, o empresário croata-boliviano Branko Marinković, principal suspeito de financiar mercenários europeus para iniciar uma guerra civil na Bolívia.
Vários dos mercenários que teriam sido contratados pelos separatistas da região de Santa Cruz, na fronteira com o Mato Grosso, são originários de ex-repúblicas iugoslavas, como Sérvia, Croácia e Bósnia, e são veteranos das guerras civis dos anos 1990 nos Bálcãs. Três deles foram mortos em operação da polícia boliviana este ano.
Llorenti denunciou ainda que a Bolívia, em abril de 2009, foi vítima de uma ameaça terrorista e que, graças ao empenho da polícia, conseguiu desarticular uma célula terrorista que tinha como objetivo separatismo e a desestabilização da democracia. Na ocasião, foi morto o mercenário húngaro-boliviano Eduardo Rozsa-Flores.
Corresponsabilidade
O ministro descreveu uma estrutura terrorista que contava com mercenários estrangeiros e financiamento interno.
“Ainda é necessária a materialização da corresponsabilidade dos outros membros da comunidade internacional para levar à Justiça os autores destes fatos”, disse Llorenti.
Pelo menos uma dezena de pessoas está envolvida na campanha separatista, segundo a Bolívia, entre operadores e financiadores. Vários dos líderes deste movimento, de acordo com o governo de Evo Morales, recebem abrigo em países membros da ONU e da OEA.
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