O governo brasileiro pretende expandir o comércio bilateral com a República Dominicana e sonda a possibilidade de avançar rumo a um acordo comercial entre o país e o Mercosul. Além disso, a República Dominicana está no foco dos empresários brasileiros, que veem uma oportunidade de ampliar seus horizontes comerciais mediante os acordos que o país antilhano tem com a União Europeia e Estados Unidos.
“A República Dominicana pode ser uma ponte para ampliar as exportações brasileiras rumo aos EUA e rumo a Europa e muitos empresários estão interessados nessa oportunidade”, afirmou o secretário de Comércio Exterior do Brasil, Welber Barral, chefe da delegação brasileira que visitou Santo Domingo na semana passada. Para ele, existem grandes margens de ampliação do intercâmbio comercial entre os dois países.
Segundo um estudo da consultoria espanhola Pareto, os EUA se tornaram na última década os maiores investidores na República Dominicana, com 32,1%, “graças principalmente à presença de empresas do setor de manufatura e à ratificação, em 2007, do Tratado de Livre Comércio com os EUA e a América Central (CFTA-DR)”, disse o embaixador dominicano no Brasil, Héctor Dionicio Pérez.
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A República Dominicana também é signatária do Acordo de Associação Econômica (AAE) entre os países caribenhos que integram o Cariforum e a União Europeia.
Relação bilateral
Durante o seminário especial sobre comércio exterior intitulado “Como fazer negócios com o Brasil: aspectos técnicos das exportações para o Brasil”, realizado na capital dominicana, Barral explicou que as exportações da República Dominicana para o Brasil atualmente “representam apenas 0,05% das importações” totais brasileiras.
O Brasil estuda a possibilidade de ampliar as linhas de créditos para o financiamento de operações de comércio exterior com o país, que neste momento têm um teto de 700 milhões de dólares anuais. “Achamos que é possível ampliar em 50%”, declarou Barral.
O seminário, promovido pelo Centro de Exportação e Investimento da República Dominicana (CEI-RD), pela Associação Dominicana de Exportadores (Adoexpo) e pela embaixada dominicana no Brasil, foi uma oportunidade de debater o perfil dos mercados brasileiro e dominicano, os aspectos alfandegários e o aspecto administrativo das importações brasileiras.
Mas o debate incluiu também as tarifas comuns do Mercosul, assuntos alfandegários e fitossanitários e a logística de transporte marítimo e aéreo, entre outros temas.
O Mercosul tem acordos comerciais com vários países da região como parte da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração) e, na opinião de Barral, esses convênios podem servir de modelo para uma provável negociação do bloco com a República Dominicana.
Um dos objetivos da delegação brasileira era discutir possíveis alianças estratégicas entre empresários dos dois países, sobretudo nos setores energético (biodiesel), têxtil (zona franca), agrícola, de instrumentos cirúrgicos, rum, cerveja e móveis.
Balança comercial desfavorável
Atualmente, o intercâmbio comercial entre os dois países é desfavorável para a República Dominicana. No período de 2005-2009, o saldo comercial (diferença entre importações e exportações) negativo do país caribenho chegou a 1,611 milhão de dólares.
No entanto, nos primeiros meses de 2010, as exportações para o Brasil aumentaram consideravalmente. Segundo o estudo econômico 2009-2010 da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), a economia da República Dominicana crescerá 6% neste ano.
De acordo com o embaixador Héctor Dionicio Pérez, “esta situação deixa claro que a República Dominicana tem amplas margens para ampliar suas exportações e assim equilibrar a relação comercial com o Brasil”.
É por isso que, em setembro deste ano, uma missão de empresários dominicanos viajará ao Brasil para estudar as possibilidades de negócios do mercado brasileiro.
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