O governo brasileiro descarta a possibilidade de transtornos em um eventual processo de transição na Venezuela, caso as condições de saúde do presidente reeleito, Hugo Chávez, o impeçam de tomar posse na data prevista (10 de janeiro).
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, o ambiente na Venezuela é de respeito à ordem democrática e às instituições. A discussão sobre mudanças na data da posse ganhou força desde o agravamento do estado de saúde de Chávez, que permanece em Cuba após uma cirurgia para retirada de um tumor maligno na região pélvica.
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“Não há razão para suspeitar que na Venezuela não ocorra a plena vigência democrática”, disse nesta sexta-feira (21/12) o chanceler, em conversa com jornalistas responsáveis pela cobertura da área internacional. “Há questões constitucionais que compete aos venezuelanos resolver de maneira consensual e que contemple a ordem democrática.”
Para Patriota, o ideal é que a sociedade venezuelana seja ouvida sobre o processo político. “É uma situação inusitada que exigirá, primeiramente, uma avaliação da sociedade venezuelana. O importante é que o processo seja transparente.”
Cenário
Desde o ano passado, Chávez luta contra um câncer na região pélvica. Em 18 meses, ele fez quatro cirurgias e enfrentou a campanha pela reeleição contra o adversário, Henrique Capriles. Antes de viajar para Cuba, onde fez a cirurgia, ele se despediu dos venezuelanos e pediu que apoiem o atual vice-presidente da República, Nicolás Maduro, no caso da sua ausência.
Pela Constituição da Venezuela, caso Chávez não tenha condições de tomar posse no próximo dia 10, assume o poder o presidente da Assembleia Nacional, Diosdato Cabello, e, em 30 dias, devem ser convocadas eleições presidenciais. Se houver eleições, são apontados como candidatos Maduro e Capriles, que venceu as eleições para o governo do estado de Miranda.