Uma multinacional norte-americana do ramo de autopeças terá
de pagar indenização de R$ 100 mil a um funcionário que foi deportado do Reino
Unido durante viagem de trabalho. O empregado, um desenhista projetista, chegou
a ficar cinco horas preso numa cela no aeroporto de Cardiff, no País de Gales,
antes de ser mandado de volta ao Brasil.
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) considerou que a Cooper
Standard Automotive foi culpada pela deportação, por não ter informado à sua filial
britânica que o projetista trabalharia lá. Diante da humilhação sofrida pelo funcionário, os ministros
da 3ª Turma do Tribunal decidiram aumentar a indenização, que na 1ª instância
havia sido estipulada em R$ 50 mil.
O caso ocorreu em março de 2007, quando a companhia comunicou
ao funcionário que ele e um colega haviam sido designados para trabalhar em
outra fábrica do grupo, no País de Gales. Ao chegar ao aeroporto de Cardiff, o
desenhista, que havia acabado de tirar o passaporte e não falava inglês, foi encaminhado
para o serviço de imigração, onde foi revistado e questionado sobre os motivos
da viagem.
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No entanto, a multinacional informou apenas a viagem
do colega, não havendo qualquer previsão sobre a chegada dele à Inglaterra. Em
seguida, o serviço de imigração avisou-lhe que seria deportado. O brasileiro foi
então fotografado e teve as digitais colhidas, e tomou conhecimento de que
esses registros têm vigência de dez anos, período em que não terá acesso a
qualquer parte do território europeu.
Depois desses procedimentos, o desenhista recebeu as passagens de volta, foi
escoltado até o terminal de embarque, sem poder apanhar a bagagem, que só
conseguiu de volta três semanas depois do retorno ao Brasil. Na ação, ele
contou que, abalado emocionalmente, não conseguia controlar o choro quando
chegou ao aeroporto de Guarulhos, após 16 horas de viagem, com conexão em
Amsterdam, porque jamais havia passado por tamanho constrangimento, somente com
a roupa do corpo e sem se alimentar.
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