O governo de Burkina Fasso pediu à comunidade internacional 170 milhões de dólares para atenuar a crise alimentícia provocada pela seca na região africana do Sael e pela chegada de refugiados malineses que fogem de seu país. O dinheiro será usado para comprar cereais, distribuir complementos alimentícios e reabilitar poços de água.
Nesta quita-feira (1º/03), o ministro de Agricultura e Água do país, Laurent Sedogo, disse que a disponibilidade de alimento em Burkina Fasso está longe de ser suficiente. Segundo ele, “as necessidades financeiras são muito maiores por conta da chegada de refugiados do Mali”.
Os números do Ministério da Agricultura e Água de Burkina Fasso indicam que faltam mais de 150 mil toneladas de cereais para suprir as necessidades no país. As estatísticas ministeriais mostram que 2,7 milhões as pessoas podem enfrentar situações de crise alimentícia entre abril e junho, caso a situação não mude radicalmente.
Na semana passada, o governo do país já pediu ajuda a organizações humanitárias e agências da ONU para enfrentar a seca no Sael, agravada com a chegada de 20 mil refugiados de Mali.
No dia 17 de janeiro, o Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA), de Mali – dissidente de uma aliança que em 2006 assinou a paz com o governo do país – pegou em armas exigindo a autodeterminação da região setentrional conhecida como Azawad. Desde então, mais de 100 pessoas morreram e milhares buscaram refúgio em países vizinhos como Níger, Argélia, Mauritânia e Burkina Fasso.
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