Camponeses do município mexicano de Uruapan, no estado de Michoacán, mantêm retidas desde a terça-feira oito pessoas, ao mesmo tempo em que associações de jornalistas adotaram um “protocolo de segurança” em Chihuahua.
Segundo informou a imprensa local nesta quarta-feira, os cidadãos sequestrados, que seriam todos mexicanos vinculados à região, foram apreendidos por moradores da localidade de Angahuan.
Dezenas de policiais estaduais foram mobilizados a fim de libertar as oito pessoas, cuja detenção é uma forma de pressionar as autoridades de Michoacán para que investiguem o desaparecimento do líder dos camponeses Jesús Galván, ocorrido há duas semanas.
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Ainda ontem, a Comissão Estatal de Direitos Humanos (CEDH) de Chihuahua, na fronteira com os Estados Unidos, anunciou que o “protocolo de segurança” produzido pela entidade visa proteger os profissionais da poderosa presença dos carteis do narcotráfico na região.
No final de julho, quatro jornalistas foram sequestrados por traficantes em troca de que os veículos nos quais trabalham divulgassem vídeos presentes na internet que supostamente demonstrariam a corrupção de autoridades penitenciárias.
Organizações internacionais denunciam que o México é um dos países mais perigosos para esta categoria. Segundo dados do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), desde 2006, quando o presidente Felipe Calderón instituiu a militarização do combate ao narcotráfico, mais de 30 profissionais da imprensa morreram ou desapareceram.
O protocolo da CEDH não é obrigatório, mas sugere aos repórteres que trabalham na cobertura de fatos vinculados ao narcotráfico que usem coletes à prova de bala e, se possível, capacetes.
O presidente da entidade, José Luis Armendáriz, acrescentou que os jornalistas deveriam evitar chegar à cena de um crime antes das forças de segurança, e recomendou que estacionassem seus veículos em locais próximos, para sair rapidamente se for necessário.
O município de Ciudad Juárez, localizado em Chihuahua, é considerado o mais perigoso do mundo — tendo registrado mais de 2.600 mortes durante o ano passado — e vive uma guerra de carteis pelo controle das rotas de drogas até os Estados Unidos. Em todo o México, pelo menos 28 mil pessoas foram assassinadas nos últimos três anos e meio, de acordo com dados oficiais.
Nesta quarta-feira, as autoridades locais fizeram uma apreensão recorde de 203 toneladas de materiais químicos usados na elaboração de drogas sintéticas na aduana do porto de Manzanillo, no centro do país. As substâncias eram provenientes da China e da Coreia do Sul.
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