O vice-presidente do Paraguai, Federico Franco, afirmou nesta quarta-feira (4/8) que é contra a entrada da Venezuela como membro pleno no Mercosul. Declarado oposicionista do presidente Fernando Lugo, Franco disse à imprensa que sua oposição ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, é “muito clara”.
“Parece irônico, mas a saúde do Mercosul depende do Senado paraguaio. O membro do Mercosul é responsável por salvar o bloco”, afirmou Franco, membro do partido Liberal Radical Autêntico (PLRA). Para ele, as atuais condições não são adequadas para a entrada da Venezuela no Mercosul por conta de “atitudes anti-democráticas de Chávez”, o que pode fazer com que o bloco perca sua função.
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Com a aprovação da entrada da Venezuela no Mercosul pelo Senado brasileiro em dezembro de 2009, e com o aval da Argentina e do Uruguai, que já haviam sido concedidos, falta o Paraguai. Em agosto do ano passado, Lugo retirou o pedido de ingresso prevendo que a maioria no Senado poderia votar contra.
Uma das tarefas do vice-presidente é fazer a ligação entre o Congresso, que tem maioria opositora, e o poder Executivo. Franco afirmou, porém, que tentará não influenciar a decisão.
A declaração de Franco foi dada um dia após o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmar que, mesmo sem a aprovação pendente, seu país está em processo avançado de integração ao bloco. Durante a Cúpula do Mercosul, em San Juan, na Argentina, Maduro disse também que a participação de seu país no bloco também “adere à fortaleza econômica, energética, política e geopolítica da região” e pediu que o parlamento paraguaio fosse favorável.
No Paraguai, parte dos políticos é contra a entrada da Venezuela no Mercosul, seja para fazer oposição a Lugo ou a Chávez. Entretanto, há quem, assim como Lugo, defenda a adesão. O ministro das Relações Exteriores paraguaio, Héctor Lacognata, é um dos que defende que a presença de mais países no Mercosul fará com que o bloco se fortaleça.
Há seis anos, a Venezuela é Estado associado do Mercosul e, segundo o governo venezuelano, o intercâmbio comercial entre o bloco e o país chegou a 28 bilhões de dólares em 2009.
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