A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), anunciou nesta terça-feira (09/04) a realização de uma cúpula emergencial de presidentes. O evento, que acontecerá através de videoconferência, está marcado para a próxima sexta-feira (12/04) às 13h.
A reunião foi convocada pela presidente de Honduras, Xiomara Castro, que também exerce a presidência pro tempore da entidade regional, e terá como única pauta a crise diplomática entre Equador e México, que resultou da invasão da Embaixada mexicana em Quito, ação protagonizada pela Polícia Nacional do país sul-americano, e que teve como objetivo a captura do ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas.
A invasão foi uma decisão do presidente equatoriano, o extremista de direita Daniel Noboa, e recebeu o repúdio de diversos líderes da região, incluindo o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; da Colômbia, Gustavo Petro; do Chile, Gabriel Boric; da Bolívia, Luis Arce; de Cuba, Miguel Díaz-Canel; e da Venezuela, Nicolás Maduro.
Além disso, o próprio governo do México reagiu de forma enérgica ao ocorrido: o presidente do país norte-americano, Andrés Manuel López Obrador, anunciou o rompimento das relações com Quito, a denúncia do caso na Corte Internacional de Justiça (CIJ), e ordenou que todo o pessoal diplomático em terras equatorianas voltasse imediatamente à Cidade do México.
O comunicado oficial da CELAC sobre a reunião indica que o evento analisará uma proposta para criar um grupo de sete países para definir “ações visando solicitar ao governo do Equador uma retificação”, em referência à invasão da Embaixada em Quito.
Outro ponto ressaltado pelo comunicado da CELAC é a “revisão da regra de consenso contida no Capítulo II do Manual de Procedimentos para o Funcionamento Orgânico da entidade”.
A presidente hondurenha Xiomara Castro, que mediará a reunião desta sexta, foi uma das que condenou a invasão promovida pelo Equador, afirmando que “o uso indevido da força, violando o princípio da inviolabilidade da sede diplomática e o sequestro do ex-vice-presidente Jorge Glas, deve ser alvo do repúdio de toda a região”.
O governo equatoriano não se pronunciou sobre a participação de Noboa ou de algum outro representante do país na reunião.