Atualizada às 13h25
Poucos minutos antes de Israel e Hamas darem início às 8h locais (2h de Brasília) de um cessar-fogo humanitário de 12 horas, pelo menos 12 civis morreram e outros 50 ficaram feridos durante um bombardeio israelense contra um edifício residencial ao sul da Faixa de Gaza.
Ainda nesta madrugada, a escalada de violência na Cisjordânia – território palestino situado à leste de Israel – resultou na morte de pelo menos 5 palestinos que protestavam contra o Exército de Tel Aviv e contra a atual operação “Margem Protetora”, em funcionamento desde 8 de julho.
Efe
Manifestantes da cidade de Nablus, na Cisjordânia, se revoltam com morte de dois adolescentes
Durante a trégua humanitária, serviços de emergência encontraram na manhã deste sábado (26/07) ao menos 130 corpos de homens, mulheres e crianças em escombros. Tais buscas elevaram o número de mortos para 1.030, aponta o Ministério da Saúde de Gaza, citada pela Efe.
Paralelamente, a Cisjordânia foi palco de diversas manifestações de repúdio às medidas tomadas pelo governo e pelo Exército israelense em Gaza. Segundo a Al Jazeera, milhares tomaram as ruas em cidades como Hebron e Belém. Em resposta, as Forças Armadas de Tel Aviv usaram gás lacrimogêneo e outros mecanismos para dispersar a multidão.
Efe
Habitantes de Gaza saem às ruas e se cumprimentam durante trégua humanitária: prédios destruídos e saldo de mortos se elevam
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Com a escalada de violência nos protestos da Cisjordânia, dois jovens palestinos, de 16 e 18 anos, foram mortos em confrontos com o Exército israelense e com colonos judeus na madrugada deste sábado. À AFP, uma porta-voz militar israelense limitou-se a dizer que “alguns colonos se envolveram” em episódios de violência. Nos últimos dias, pelo menos 12 palestinos foram mortos na região, segundo uma contagem feita pela agência de notícias francesa.
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Após a aceitação de ambas as partes de um cessar-fogo de 12 horas em Gaza, a comunidade internacional busca agora convencer Hamas e Tel Aviv a aceitarem uma trégua humanitária de uma semana. “Todos nós pedimos que os envolvidos estendam o cessar-fogo militar que está atualmente em andamento”, disse o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, à Reuters, após reunião que incluiu os ministros e secretários da Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Estados Unidos, Catar e Turquia.
Cessar-fogo humanitário
Apesar do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, ter aceitado a breve trégua, horas antes, o Conselho de Segurança israelense havia rejeitado a iniciativa de um cessar-fogo mais duradouro apresentado no Cairo pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, enviado ao Oriente Médio a pedido expresso do presidente Barack Obama.
Efe
Protestantes em Hebron, na Cisjordânia, colocam fogo em barricada perto da torre de segurança de guardas de Exército israelense
Há dois dias, o Hamas deu mostras de que aceitaria um cessar-fogo por razões humanitárias, apenas se suas duas principais reivindicações fossem atendidas: o fim do bloqueio econômico e do cerco militar que Israel impõe a Gaza e a reabertura da passagem de Rafah. Por sua vez, Netanyahu exige o desarmamento do Hamas – o que o líder do grupo, Khaled Meshaal, já refutou, enquanto o Estado de Israel também continuar armado.
Esta é a segunda trégua humanitária proposta pela ONU. Durante a primeira, que durou apenas seis horas, houve notícias de rompimento do cessar-fogo dos dois lados. Também é a segunda tentativa fracassada de um cessar-fogo duradouro. O primeiro, costurado pelo presidente egípcio, juntamente a Tel Aviv e a Mohammed Abbas, presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), que controla a Cisjordânia, foi aceito por Israel, mas rejeitado pelo Hamas, que se sentiu excluído do processo de negociação — motivo pelo qual apresentou, dias depois, uma proposta para uma trégua de dez anos.
Efe
Palestino recupera alguns de seus partences após visitar sua casa destruída em Gaza durante cessar-fogo de 12 horas