O comandante geral da Polícia Nacional do Equador, Freddy Martínez, renunciou ao cargo na manhã desta sexta-feira (1/10) e será provisoriamente substituído pelo general Florencio Ruiz até que o presidente Rafael Correa nomeie outro oficial para ocupar o cargo.
“Um comandante que foi agredido e desrespeitado por seus subalternos não pode continuar à frente da instituição”, disse o comandante em entrevista coletiva, segundo a agência equatoriana Andes.
“Ontem foi um dia lamentavelmente caótico, crítico, houve desordem. O comandante geral e o ministro do Interior foram desrespeitados. Os policiais chamados para manter a ordem e a tranquilidade do cidadãos provocaram a desordem”, afirmou.
Martínez lamentou as duas mortes e o número de feridos e disse acreditar na possibilidade de haver “infiltrados externos na polícia”. Ele afirmou também que gostaria de ter renunciado ontem, mas preferiu esperar, já que a segurança de Correa estava em jogo.
Crise
Pela manhã de quinta-feira, policiais iniciaram protestos em várias regiões do país para pedir que o presidente revisasse a Lei de Segurança e Serviços Públicos. Instantes depois, o aeroporto foi tomado, o presidente foi ferido e levado para o hospital. Lá, ficou retido até às 21h do horário local (23h de Brasília), quando forças militares fizeram o resgate.
Em discurso no palácio, Correa afirmou que os protestos eram, na verdade, uma tentativa de golpe de Estado e anunciou que fará uma “depuração” na polícia para demitir “traidores”.
Unasul
Presidentes dos países que integram a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) fizeram na madrugada de hoje reunião de emergência e manifestaram solidariedade a Correa. Eles decidiram que os chanceleres viajarão ainda hoje a Quito para expressar o respaldo da Unasul a Correa e ao povo equatoriano.
Participaram da reunião de emergência da Unasul a presidente argentina, Cristina Kirchner; José Mujica, do Uruguai; Evo Morales, da Bolívia; Sebastián Piñera, do Chile; Alan Garcia, do Peru; Juan Manuel Santos, da Colômbia; e Hugo Chávez, da Venezuela. O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, não compareceu por estar sob cuidados médicos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi representado pelo secretário-geral do Itamaraty, Antônio Patriota. O chanceler argentino, Héctor Timerman, também participou da reunião de emergência da Unasul, bloco regional formado pela Argentina, pelo Brasil, Uruguai, Paraguai, pela Bolívia, Colômbia, pelo Equador, Peru, Chile, pela Guiana, pelo Suriname e pela Venezuela.
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