O clima de tensão em relação ao conflito civil na Síria ganhou mais um elemento importante nesta quinta-feira (05/09). A China se uniu ao coro de Vladimir Putin contra uma possível intervenção militar dos EUA no país do Oriente Médio. Durante a reunião de cúpula do G20, os chineses advertiram que um ataque a Damasco “prejudicaria a economia mundial” e poderia, entre outras coisas, “elevar o preço do petróleo”.
Leia mais:
Reino Unido concedeu licenças para exportação à Síria de gases usados em armas químicas
Agência Efe
Putin recebe Obama: Rússia ganhou apoio da China na oposição a Washington em plano de intervenção militar
“Uma ação militar teria um impacto negativo sobre a economia global, especialmente sobre o preço do petróleo – vai causar um aumento no preço do petróleo”, disse o vice-ministro das Finanças da China, Zhu Guangyao, em apoio ao presidente russo.
Leia mais:
Encontro do G20 extrapola temas econômicos e aborda Síria e espionagem
O Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA aprovou na terça (4), por maioria, uma resolução conjunta que autoriza um ataque militar na Síria, por um prazo de 60 dias, em resposta ao suposto uso de armas químicas por parte do governo sírio contra civis no mês passado. Rússia e China estão agora oficialmente unidos como oposição a esse plano. Moscou também ameaça mover tropas no Mediterrâneo no caso de a administração Obama realizar um ataque sem consentimento das Nações Unidas.
NULL
NULL
Por outro lado, Putin defende que pode até mesmo apoiar uma intervenção armada na Síria caso os países que defendem essa opção apresentem provas “convincentes” de que o presidente Bashar al Assad foi o responsável pelo ataque com armas químicas.
Leia mais:
Armas químicas: como a ONU agiu no caso do Iraque? Veja cronologia
Como a Rússia, um dos principais fornecedores de armas à Síria, a China tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU. Assim, Obama não deve obter a aprovação na ONU para uma ação militar na Síria. Washington acusa o governo sírio de ter assassinado 1.429 pessoas – incluindo 426 crianças. Segundo o secretário de Estado, John Kerry, há provas “claras e convincentes” de que a ação foi realizada pelo presidente Bashar al Assad. No entanto, até o momento, não há qualquer confirmação oficial da ONU ou provas concretas sobre o episódio.
O presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso, defendeu em São Petersburgo (Rússia), durante encontro do G20, a necessidade de um consenso na comunidade internacional. “A situação na Síria é a maior tragédia humanitária dos nossos tempos. Esta semana chegamos ao número de dois milhões de refugiados sírios”. E completou: “O conflito sírio deve ter uma solução política”.
Já o presidente do Conselho Europeu, o belga Herman Van Rompuy, afirmou que, “no estágio atual, somente a França está pronta para cooperar (com os Estados Unidos)”.
* Colaborou Sandro Fernandes, enviado especial a São Petersburgo (Rússia)