O titular do bloco de deputados da Frente para la Victoria, coalizão governista argentina, na província de Santa Cruz, Rubén Contreras, gerou polêmica entre os legisladores ao se declarar contra uma lei que proibiria prostíbulos na região. Para se justificar, ele disse que “existe a necessidade de ter uma distração”.
Leia mais:
Cidade suíça inaugura “drive-in” para aumentar segurança de prostitutas
“Em Puerto Santa Cruz trabalham mais de cinco mil pessoas. O que essa gente vai fazer? Que distração vão ter?”, questionou o deputado nesta quarta-feira (04/09), em entrevista à rádio FM San Jorge, da cidade de Caleta Olivia. “Há uma necessidade, todos nós sabemos. Todos temos que saber. Nós precisamos ter uma distração, estar em algum momento com uma mulher. É essencial para a vida de um homem”, acrescentou.
Reprodução
O deputado Rubén Contreras, em entrevista ao cana Todo Noticias: “já os frequentei [prostíbulos] e não digo que não”
Leia mais:
Boicote a produtos russos e à Olimpíada de Sochi divide comunidade gay do país
Recentemente, uma lei nacional endureceu as penas contra tráfico de pessoas e os municípios argentinos começaram a aderir à norma, proibindo estabelecimentos como cabarés e prostíbulos. Para Contreras, entretanto, essa não é uma boa tática, porque, segundo apontou, sem prostíbulos “pode haver outras coisas, como estupros. Penso que esses locais devem permanecer abertos. Não deve haver proibição, desde que estejam controlados”.
NULL
NULL
Na manhã de hoje (05), falando ao canal Todo Noticias, o deputado voltou a defender seu ponto de vista dizendo que “se pode ir a um cabaré e iniciar uma conversa com uma mulher”. “Eu os frequentei e não vou dizer que não”, admitiu.
Leia mais:
Brasil está menos preparado para futuro do que Argentina e Colômbia, diz pesquisa
Frente às críticas que recebeu, no entanto, Contreras teve de pedir desculpas. “Muitos não querem falar, mas deve haver um debate sobre esse tema”, insistiu, mas disse que “claramente” se equivocou. “De maneira nenhuma sou a favor do tráfico de seres humanos, nem da exploração sexual e muito menos de que elas sejam tidas como objetos”, disse.
“O que eu quis dizer é que, levando em conta a existência de projetos de lei na Câmara dos Deputados que buscam legislar sobre comércios que podem promover a cafetinagem, deve haver um debate adulto sobre sua existência, sobretudo em comunidades como a nossa, onde esses espaços são muito generalizados”, afirmou.
Leia mais:
“Grupos de comunicação não cumprem a lei na Argentina”, diz especialista em regulação da mídia
Por fim, Contreras pediu desculpas por ter eventualmente “ofendido a sensibilidade de alguém”. “Realmente acredito que o crime de tráfico de seres humanos é um flagelo que deve ser combatido de todas as áreas da sociedade”, declarou. Ele insistiu que jamais pretendeu defender essa prática e que locais como prostíbulos e cabarés devem ser “controlados” pela prefeitura.