Dois funcionário do governo chinês disseram ao vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Chun Yung-woo, que a China está “pronta para abandonar a Coreia do Norte” e aceitará a unificação da península coreana, sob o controle de Seul, segundo um dos documentos divulgados pela organização Wikileaks neste domingo (28/11).
Essas informações foram divulgadas pelo jornal britânico The Guardian, um dos que teve acesso privilegiado às mais de 250 mil mensagens secretas enviadas pelas embaixadas norte-americanas de todo o mundo a Washington. De acordo com o documento, Chun acredita que os líderes do partido comunista chinês já “não consideram a Coreia do Norte um aliado útil ou confiável”. Atualmente, Chun Yung-woo é conselheiro do presidente Lee Myung-bak, da Coreia do Sul.
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As oportunidades de negócios para as empresas chinesas, acrescentou Chun, ajudaram a eliminar as inquietações de Pequim no seu convívio com a “nova Coréia”. Os interesses comerciais da China “estão centradas nos Estados Unidos, no Japão e na Coreia do Sul – não na Coreia do Norte”.
O embaixador Cheng Guoping disse “que a China espera uma reunificação pacífica [das duas Coreias] a longo prazo, mas acredita que os dois lados permanecerão separados a curto prazo”, segundo telegrama do diplomata norte-americano Richard Hoagland.
Programa nuclear
Outro telegrama relata também o encontro entre o sul-coreano Chun e a embaixadora dos EUA em Seul, Kathleen Stephens. O assunto eram os treinamentos militares realizados pela Coreia do Norte em 2006, e, na mensagem, Chun afirma que a China, país considerado aliado de Pyongyang, distanciou-se e disse que tais testes “ameaçam a segurança mundial”.
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Em outro documento revela que, em um jantar em 2009, o embaixador chinês no Cazaquistão teria dito a um diplomata norte-americano que Pequim considera o programa nuclear da Coreia do Norte algo “muito conflitivo”.
Depois da divulgação dos documentos, o governo chinês comentou o assunto. Em entrevista coletiva, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hong Lei, disse que “[O país] sempre apoia que o Norte e o Sul da Península realizem diálogos para melhorar as relações, cooperem e conversem entre si para alcançarem uma reunificação pacífica”, segundo a agência de notícias Efe.
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