Agência Efe
Líderes europeus apresentam profundas divergências no debate sobre o orçamento da UE, em Bruxelas
Novas medidas de austeridade e divergências no debate sobre o plano orçamentário da União Europeia colocam mais uma vez em risco a resolução da crise financeira e mantêm distante o projeto de integração bancária e fiscal do bloco.
O Chipre, um dos 17 Estados membros da Zona do Euro, aceitou na noite desta quinta-feira (22/11) um acordo com a troika (comitê formado por membros do Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) para a concessão de um empréstimo de 17 bilhões de euros (21,8 bilhões). Ao lado de Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha, o país tornou-se o quinto do continente a pedir auxílio financeiro internacional.
Enquanto isso, chefes de Estado e de governo dificultavam cada vez mais o debate sobre o orçamento do bloco para o período que vai de 2014 a 2020.
O premiê britânico, David Cameron, alegou que ratificaria o projeto elaborado pelo presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, apenas na hipótese de um corte de dezenas de bilhões de euros no valor originalmente estipulado.
“Isso não é hora de mexer com o orçamento da União Europeia”, disse Cameron a jornalistas em Bruxelas, reiterando que, a seu ver, a solução da crise está “em um corte de gastos exorbitante”.
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Na última terça-feira (20/11), momentos após a abertura do encontro, a chanceler alemã Angela Merkel alegou que “duvidava muito” que um acordo pudesse ser alcançado ainda esta semana. No entanto, ela se encontrou com Cameron e intensificou a cobrança por mais cortes nas verbas da União Europeia.
Hoje, Merkel reiterou a sua posição e disse que “as posições estão muito distantes” e já sinalizou que o orçamento do bloco poderá ser aprovado apenas em outra reunião, “em uma segunda etapa”.
O jornal britânico The Guardian teve acesso a um oficial da União Europeia, que alegou que as pressões de Cameron geraram fortes críticas nos bastidores do encontro. Segundo a fonte, o premiê “fala a todos da necessidade de implementar um orçamento capaz de promover o crescimento econômico, mas, ao mesmo tempo, insiste em cortar as verbas que financiarão infraestrutura de transporte, energia e comunicação.
Van Rompuy trabalha agora com um teto de 973 bilhões de euros, mas já admite que o montante destinado aos países mais pobres do bloco e a linhas comunitárias de crédito agrário poderá perder quase 20 bilhões de euros. A proposta inicial do presidente do Conselho Europeu sofrerá uma redução de ao menos 80 bilhões de euros.