A comuna de Amatrice, na Itália, entrou com uma ação no Tribunal de Rieti, por meio do advogado Mario Cicchetti, contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo nesta segunda-feira (12/09) por difamação agravada causada por uma sátira publicada pelo periódico.
A sátira em questão foi publicada no dia 2 de setembro e mostrava as vítimas do terremoto — ocorrido na região central da Itália no dia 24 de agosto e que acabou deixando 295 mortos — como “pratos” de comida tipicamente italiana. Além dessa, o Charlie Hebdo ainda afirmou que foi a máfia quem construiu as casas que caíram por causa do tremor e ironizou o fato de o terremoto ter matado da mesma forma que “um ataque” feito por terroristas.
Agência Efe
Cerimônia em Ascoli Piceno é a primeira para velar vítimas de terremoto na Itália
“Trata-se de um macabro, insensato e inconcebível desprezo pelas vítimas de um evento natural. A crítica também em forma de charge é um direito inviolável seja na Itália ou na França, mas nem tudo pode ser “sátira”. Neste caso, os desenhos ofendem a memória de todas as vítimas do tremor, as pessoas que sobreviveram e a cidade de Amatrice”, disse Cicchetti aos jornalistas após entrar com a ação judicial.
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Com o pedido de hoje, o procurador de Rieti terá que decidir se os autores da charge, Felix e Coco, e os diretores do veículo francês deverão ser responsabilizados pelo “crime”.
O caso foi considerado tão grave que a Embaixada da França na Itália chegou a se manifestar afirmando que o desenho “não representa absolutamente a posição” do país. O vilarejo de Amatrice foi o que mais contabilizou mortos no desastre: das 295 vítimas fatais, 234 estavam na cidade.
#MUNDO Charlie Hebdo 'enciende' a Italia https://t.co/QOr8cnN531 pic.twitter.com/N2TDeTWEMV
— La Silla Rota (@lasillarota) 2 de setembro de 2016
(“Sismo à italiana: penne com molho de tomate, penne gratinado, lasanha”, diz a charge)