Há 10 anos, o Afeganistão era invadido por tropas norte-americanas sob a alegação de que era necessário capturar o terrorista saudita Osama Bin Laden, responsável por articular os ataques realizados contra os Estados Unidos um mês antes. Segundo o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), os civis do país seguem pagando o preço pelos conflitos.
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Segundo o Comitê, os maiores problemas humanitários que a população enfrenta atualmente são segurança e assistência à saúde. Além disso, a entidade ressalta que os conflitos no país já deixam os afegãos encurralados há 30 anos.
“É imperativo que as vítimas deste conflito armado contínuo e multifacetado recebam proteção e assistência. Estamos particularmente preocupados com os civis que estão na linha de fogo, as famílias deslocadas que perderam tudo, os doentes e feridos que não podem ter acesso à assistência à saúde, os profissionais de saúde assediados enquanto prestam assistência a uma população desesperada”, afirmou o diretor de operações do CICV para o Sul da Ásia, Jacques de Maio.
Segundo o Comitê, muitas clinicas locais foram fechadas em diversas regiões por conta de ataques a estabelecimentos ou intimidação da equipe de profissionais. Quem mora em regiões afastadas das grandes cidades sofre também com a falta de condições financeiras para levar doentes e feridos aos hospitais.
“As estradas estão minadas ou são bloqueadas por pontos de checagem, de modo que as pessoas que levam os doentes e feridos para os hospitais enfrentam longas demoras, às vezes com consequências trágicas”, disse de Maio.
Com a recente retirada das tropas internacionais do país, o Comitê salientou que está monitorando a forma como as forças de defesa e de segurança afegãs desempenham suas tarefas.
“A organização compartilha suas preocupações com relação à população civil com todas as partes em conflito, incluindo a oposição armada, e discute com elas a obrigação de respeitar e assegurar o respeito ao DIH (Direito Internacional Humanitário)”, declarou a entidade, que atua há 25 anos no país, em um comunicado.
Ainda segundo o CICV, a desnutrição também aumentou no país nos últimos anos, principalmente por conta do conflito. O deslocamento também teria aumentado, já que em muitas regiões, os moradores não se sentem seguros. “Tudo o que eles realmente querem é estar longe do perigo”, concluiu de Maio.
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