A opositora e conservadora Coalizão Patriótica, liderada pela União Democrática Croata (HDZ), venceu neste domingo (08/11) as eleições parlamentares na Croácia, à frente da governante Croácia Cresce, de centro esquerda.
A coalizão conservadora do HDZ conseguiu 59 assentos e o Croácia Cresce, 56. Nenhum deles obteve a maioria absoluta necessária de 76 assentos.
Agência Efe
Tomislav Karamarko, líder da HDZ, celebrou a vitória de sua coalizão
Mas a grande surpresa foi o novo partido centrista e reformista Most (Ponte, em croata), que conseguiu 19 cadeiras. Ambas as coalizões buscam o apoio do Most para obter maioria no Parlamento.
O líder do partido, Bozo Petrov, no entanto, já declarou que não está preparado para apoiar nenhuma das duas principais coalizões. Ele já havia dito anteriormente que não entraria em coalizão com ninguém que não apoiasse por escrito a lista de reformas do partido.
O parlamento croata tem 151 cadeiras, das quais oito são garantidas a representantes das minorias étnicas e outras três são escolhidas pelos croatas da diáspora, isto é, comunidades croatas existentes fora do território do país.
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O atual primeiro-ministro, o social-democrata Zoran Milanovic, tentou revalidar seu mandato contra seu principal rival, o líder da HDZ, Tomislav Karamarko.
“A Croácia decidiu que não há volta atrás. Em que direção, será decidido nos dias seguintes, talvez já amanhã”, declarou Milanovic à imprensa em primeira reação após as eleições.
Agência Efe
As eleições parlamentares na Croácia foram realizadas no domingo (08/11)
“Queremos falar sobre as reformas. Chamo o Most, que mostrou que quer reformas, para que as façamos juntos”, acrescentou.
Karamarko, por sua vez, falou de um “triunfo” que agora põe seu partido na posição “de ser responsável pela direção do país, um país em uma situação muito difícil”.
Diante de seus seguidores, manifestou sua pretensão de governar o país ao destacar que “o partido que ganhou o maior número de votos, deve assumir essa luta por uma Croácia melhor”.
Assim, o futuro político do país balcânico, um dos mais pobres da União Europeia (UE), é incerto, já que ambas as coalizões poderiam formar governo, embora apenas com o apoio do Most.
No caso de nenhum dos dois blocos conseguir formar uma coalizão, poderia acontecer, inclusive, eleições antecipadas.
O país está saindo de uma profunda crise econômica que durou seis anos e que deixou quase 16% da população ativa desempregada.
Além disso, o país se tornou uma das principais rotas de entrada de refugiados na Europa desde setembro, quando a Hungria fechou sua fronteira. Desde então, mais de 330 mil pessoas passaram pelo país. Milanovic havia incialmente adotado uma postura de auxílio aos refugiados, encaminhando-nos para outros países ou campos de refugiados. No entanto, com uma média entre 5.000 e 6.000 pessoas atravessando a fronteira por semana, ele deu ordens para tentar diminuir o fluxo de refugiados entrando no país.
*com Agência Efe