Foi adiada para amanhã (3) a libertação do refém Alan Jara, ex-governador do estado colombiano de Meta, em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colombia) desde 2001. A operação de resgate estava prevista para hoje.
O motivo não foi divulgado, mas o governo anunciou a restrição de voos da Força Aérea nas áreas onde serão libertados Jara e Sigifredo López, ex-deputado por Valle del Cauca, cujo resgate continua previsto para a próxima quarta-feira. O governo anunciou que os aviões só sairão do chão em caso de solicitação expressa do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, “em caso de emergência”.
Ontem, durante o resgate de dois policiais e um soldado, o jornalista Jorge Botero denunciou que uma série de sobrevoos quase pôs tudo a perder. Botero e Daniel Samper, que acompanharam a operação, foram proibidos de participar das próximas.
“A necessidade humanitária de libertar os sequestrados tem sido usada, contra o que está acordado, como incitação e estímulo ao grupo sequestrador, narcotraficante e terrorista das Farc”, justificou o presidente Álvaro Uribe.
A Cruz Vermelha mantém o otimismo. “Vamos fazer todo o possível para realizar estas duas libertações”, disse o porta-voz Yves Heller, diante de dezenas de jornalistas na cidade de Villavicencio, para onde estão sendo levados os reféns libertados.
Senadora continua na mediação
Os quatro cativos soltos ontem estavam acompanhados da senadora de oposição Piedad Córdoba, que mediou a negociação. Após o resgate de ontem, Piedad chegou a ser afastada do caso pelo presidente Álvaro Uribe, que alegou que o trabalho da Cruz Vermelha e a ajuda logística do Brasil – que forneceu helicópteros e pilotos – eram suficientes. Mas Uribe voltou atrás após reclamação da própria Cruz Vermelha.
O secretário de imprensa da Casa de Nariño (sede do governo colombiano) disse em comunicado que o governo voltou atrás “por solidariedade às famílias e aos seqüestrados”.
O policial Walter Lozano, um dos quatro libertados ontem, disse que são “lamentáveis” as condições em que as Farc mantêm os reféns: “amarrados, pior que se fossem animais, acorrentados pelo pescoço”. “Não temos mobilidade para além de três metros”, afirmou.
Assista o vídeo da chegada dos reféns à cidade de Villavicencio.
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