Os responsáveis pela realização da operação de libertação dos dez militares e policiais que estão em poder das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) confirmaram neste sábado (24/03) que o início do resgate começará em 30 de março, apesar do grupo guerrilheiro ainda não ter aceitado oficialmente esta data.
A iniciativa foi ratificada durante um novo encontro de trabalho de representantes dos governos da CICV (Colômbia, Brasil e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha), responsável pela coordenação e logística da operação. “Seguimos trabalhando com a data de 30 de março, de acordo com o cronograma estabelecido”, disse o vice-ministro de Defesa da Colômbia, Jorge Enrique Bedoya, na saída da reunião, realizada na sede do CIVC em Bogotá.
As partes envolvidas chegaram nesta quinta-feira à conclusão de que não era possível iniciar as libertações no dia 26 de março, data fixada inicialmente pelas FARC e por isso adiaram as operações por quatro dias. O novo calendário foi anunciado pelo chefe da delegação do CICV em Bogotá, Jordi Raich, e a ex-congressista Piedad Córdoba, líder do movimento Colombianas e Colombianos pela Paz (CCP). No passado, as FARC entregaram para esse coletivo 15 reféns.
“Com certeza o governo da Colômbia fez todo o possível, da mesma maneira que o governo do Brasil e o CICV, para que o resgate se torne numa realidade”, declarou o vice-ministro Bedoya, responsável pelos assuntos políticos e internacionais da pasta. Na reunião de hoje, as partes continuaram “afinando assuntos de caráter logístico, de maneira que os dez militares e policiais possam retornar a seus lares o mais rápido possível”, acrescentou Bedoya.
O funcionário frisou que o resgate só poderá começar em 30 de março se as FARC entregarem antes das 19h local (24h GMT) as coordenadas para que seja possível definir uma área de suspensão de ações militares, medida acertada num protocolo de segurança para a entrega dos reféns.
Os prisioneiros são os militares Luis Alfonso Beltrán Franco, Luis Arturo Arcia, Robinson Salcedo Guarín e Luis Alfredo Moreno Chagüeza, e os policiais Carlos José Duarte, César Augusto Lasso Monsalve, Jorge Trujillo Solarte, Jorge Humberto Romero, José Libardo Forero e Wilson Rojas Medina.
Para cumprir o calendário também é indispensável que os helicópteros que o Brasil fornecerá para as operações cheguem no dia 29 à cidade de Villavicencio. O aeroporto desta localidade foi escolhido como base para as aeronaves. A participação de uma nação estrangeira (neste caso, o Brasil) é uma das exigências das FARC para a libertação dos dez reféns, que estão sob poder do grupo há 14 anos. Eles deverão ser entregues para uma delegação de mulheres ativistas da Colômbia e do exterior.
A princípio, farão parte desse grupo Piedad e a presidente da Associação Colombiana de Parentes Familiares de Membros da Polícia Retidos e Libertados por Grupos Guerrilheiros (Asfamipaz), Marleny Orjuela, que pediu que as FARC aceitem a mudança da data. “Exortamos para que os senhores (as FARC) aceitem a data de 30 de março de 2012 como o início da libertação de nossos entes queridos”, pediu a Asfamipaz em comunicado
A mudança, segundo admitiu a associação, é necessária para garantir que a operação seja realizada com segurança e responsabilidade. Sem a aprovação da nova data por parte das FARC, Bedoya disse que o governo está pronto para realizar o resgate antes do dia 30, mas com aeronaves colombianas, sejam elas militares ou privadas, algo que os rebeldes nunca aceitaram.
NULL
NULL
NULL