O
atual primeiro-ministro do Iraque, Nuri al Maliki, em luta feroz pelo poder com
o adversário laico Ayad Allawi, pediu neste domingo (21) uma nova contagem
manual dos votos das eleições legislativas de 7 de março, mas recebeu uma
recusa da Comissão Eleitoral. Al Maliki recebeu o apoio do presidente Jalal
Talabani.
“Como
presidente do Estado, autorizado a preservar a Constituição e garantir a
justiça e a transparência absoluta, eu exijo que a Alta Comissão Eleitoral
Independente reconte as urnas manualmente começando desde domingo, 21 de
março”, disse o presidente Talabani em um comunicado.
A
chapa de Ayad Allawi denunciou imediatamente “ameaças claras” e “pressão” por
parte de Al Maliki. Superado em número de votos por Iyad Allawi, Al Maliki não
se conformou e encaminhou seu pedido à Comissão Eleitoral.
Destacando
que na qualidade de “comandante das forças armadas” e responsável “pela política
do país” – funções que lhe cabem, na qualidade de primeiro-ministro – explicou
que havia solicitado a nova contagem “para preservar a estabilidade política,
impedir uma degradação da segurança e a volta da violência”.
O
presidente da Comissão Eleitoral iraquiana, Farah al Haidari, negou-se a
atender o pedido. “Temos proporcionado a todas as entidades políticas discos
informatizados com os resultados da contagem de votos nos centros eleitorais,
devidamente confirmados”, disse Haidari.
Disputa acirrada
“Se
duvidarem ou acharem que haja erros, que nos avisem para a recontagem num
determinado centro, não em todo o Iraque”, acrescentou.
Resultados
parciais indicam uma disputa acirrada entre Al Maliki e o ex-premiê Ayad
Allawi. Ontem, a Comissão Eleitoral, anunciou que depois da contagem de 92% dos
votos, a chapa de Allawi, o Bloco Iraquiano, está com 7.928 votos a mais que a
lista de Al Maliki, a Aliança do Estado de Direito (AED).
No
total, Allawi já obteve 2.535.704 de votos, contra 2.543.632 dados a Al Maliki.
A longa demora no anúncio dos resultados finais, no entanto, levou a crescentes
acusações de fraude.
Observadores
internacionais aprovaram a forma como as eleições foram conduzidas. Os
resultados finais deverão ser divulgados no fim de março.
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