O confronto entre oposicionistas e as forças de segurança do Quirguistão, motivado pelos protestos contra o presidente Kurmanbek Bakiev, que abandonou o poder, causou alarmismo internacional. Autoridades dos Estados Unidos, Rússia, da ONU (Organização das Nações Unidas) e de organizações como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, se disseram chocadas e preocupadas com a violência no país.
O secretário-geral da ONU, Ban-Ki-Moon, que visitou a região há três dias e presenciou manifestações contra o governo de Bakiyev, disse, por meio de seu porta-voz, que agora é preciso manter a calma e retomar o diálogo entre as partes “para evitar um maior derramamento de sangue”.
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A embaixada dos EUA em Bishkek, capital do Quirguistão, divulgou comunicado em que condenou a violência e afirmou que está “profundamente preocupada com as notícias dos distúrbios populares”. O país asiático abriga a base aérea norte-americana de Manas, usada como apoio para as tropas em guerra no Afeganistão.
A Rússia, que também tem um relacionamento próximo com o Quirguistão em razão das bases militares que possui no país, expressou solidariedade às vítimas e pediu calma aos manifestantes. “Acreditamos que seja importante sob estas circunstâncias que todos os problemas sejam resolvidos de acordo com as leis”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Igor Kovalenko/Efe
Manifestantes tentam ajudar um ferido durante protesto em Bishkek
Liberdade para protestar
Já a Anistia Internacional expressou preocupação maior com as ações do governo e pediu para que as autoridades “não usem força excessiva” na repressão dos protestos. “As autoridades têm o direito e a responsabilidade de proteger as vidas e a segurança do público, mas não devem abusar da força. O uso da força é legítimo só quando é estritamente necessário e de forma proporcional”, declarou o diretor do programa da AI para a Europa e a Ásia Central, Andrea Huber.
A Human Rights Watch se posicionou da mesma forma e disse que o governo deve permitir as manifestações, desde que pacíficas, e se abster do uso de força contra os protestantes. “Pedimos às autoridades que permitam reuniões e ações pacificas. A política geral para acabar com as manifestações anti-governo viola os direitos fundamentais e pode aumentar as tensões”, disse a pesquisadora da entidade sobre assuntos da Ásia Central, Andrea Berg.
Um dia antes do confronto, quando a oposição anunciou que nesta quarta-feira ocorreriam protestos contra o governo, a Human Rights Watch convocou a União Européia, o governo dos EUA e a Organização para Segurança e Cooperação na Europa para monitorar a situação e trabalhar com o governo do Quirguistão para assegurar a paz.
De acordo com o Ministério da Saúde quirguiz, durante os confrontos pelo menos 40 pessoas morreram e outras 400 ficaram feridas.
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