O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas pediu neste sábado (22/05) que o cessar-fogo para interromper os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza tenha “adesão total” das partes, enquanto também enfatizou a necessidade de ajuda humanitária urgente à população palestina.
“Os membros do Conselho de Segurança deram boas-vindas ao anúncio de um cessar-fogo a partir de 21 de maio e reconheceram o importante papel do Egito, de outros países regionais, da ONU, do Quarteto do Oriente Médio e de outros parceiros internacionais a esse respeito. O Conselho pede adesão total ao cessar-fogo”, diz o comunicado oficial do órgão.
O anúncio do cessar-fogo veio após 11 dias consecutivos de bombardeios de Israel contra a região de Gaza, deixando um saldo de pelo menos 243 palestinos mortos, incluindo 66 crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
De acordo com o comunicado, os membros do Conselho lamentaram a perda de vidas de civis no conflito e reconhecem a necessidade urgente de assistência humanitária à Palestina, particularmente a Gaza.
Além disso, o Conselho apontou para que a comunidade internacional trabalhe em conjunto no “desenvolvimento de um pacote integrado e robusto de apoio para reconstruir e recuperar de forma rápida e sustentável” o território palestino.
Os membros do Conselho de Segurança ainda reafirmaram seu compromisso com a restauração da paz na região.
Biden promete ajudar a 'reconstruir' Gaza
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na noite desta sexta-feira (21/05) que seu governo irá ajudar a “reconstruir” Gaza após o conflito com Israel. O democrata disse que “está rezando” para que o cessar-fogo permaneça e reforçou que, para ele, a solução de dois Estados “é a única resposta” para a paz na região.
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Membros do Conselho de Segurança enfatizaram a necessidade de ajuda humanitária urgente à população palestina
“Quero dizer uma coisa claramente. Até que naquela área não seja reconhecido o direito inequívoco de existir um Estado de Israel independente, não haverá paz. Não há nenhuma mudança no meu compromisso com a segurança de Israel, ponto final. Há a necessidade de uma solução de dois Estados”, disse aos jornalistas da Casa Branca.
Apesar das tratativas entre Washington e Egito para auxiliar em um acordo de cessar-fogo na região, a diplomacia dos EUA vinha bloqueando repetidas vezes uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que condenava os ataques de Israel contra Gaza e pedia o fim dos bombardeios contra a região.
Manifestações pró-Palestina
Neste sábado, milhares de pessoas saíram às ruas no centro de Londres, na Inglaterra, e em Paris, na França, em apoio à Palestina e para protestar contra as ações de Israel no território palestino.
Em Londres, entre as palavras de ordem dos manifestantes havia pedidos de liberdade para a Palestina, fim do “apartheid” e também a imposição de sanções do governo britânico contra Israel.
“O governo do Reino Unido deve agir imediatamente e parar de permitir que Israel aja impunemente”, disseram os organizadores do protesto em um comunicado.
Na capital francesa, por sua vez, os participantes desenrolaram uma grande bandeira palestina no meio de uma das principais praças do centro de Paris e gritaram “liberdade para a Palestina”, “a Palestina vencerá” e “Israel é um assassino”.
Ao contrário de manifestações anteriores, o protesto foi aprovado pelas autoridades desta vez. Nenhuma situação de violência foi relatada.
(*) Com Sputnik e Ansa.