O orgão que supervisiona as eleições no Irã, o Conselho dos Guardiães, reconheceu hoje (22) que houve irregularidades em mais de 50 zonas eleitorais nas eleições presidenciais do último dia 12, segundo o site do canal estatal de televisão Press TV. O Conselho declarou que o número de votos contados em 50 cidades ultrapassou o de eleitores registrados, o que implica em mais de três milhões de eleitores. No entanto, o porta-voz do Conselho, Abbas-Ali Kadkhodaei, acrescentou que isso não iria afetar o resultado geral da eleição, vencida pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Esta afirmação se produz em resposta às queixas apresentadas pelo candidato conservador, Mohsen Rezaei. “As estatísticas proporcionadas por Rezaei nas quais ele reivindica que mais de 100% dos eleitores registrados emitiram seu voto em 170 cidades não são exatas, o incidente ocorreu em apenas 50 cidades”, disse Kadkhodaei.
Em seus 30 anos de existência, o Conselho jamais tomou uma decisão de tal calibre como a anulação do pleito, exigida pela oposição.
Os resultados oficiais dão 62,6% dos votos ao atual presidente iraniano, o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, e ao líder opositor reformista, Mir Hussein Moussavi, 33,75% dos votos.
Segurança reforçada
Teerã amanheceu quieta, mas tensa nesta segunda-feira, com segurança reforçada nas ruas para evitar novos protestos como os vistos na semana passada. No último sábado (20), 13 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas por causa da repressão policial durante uma passeata de protesto da oposição.
A Guarda Revolucionária do Irã publicou hoje aviso em seu site afirmando que se “dedicará a fundo” a reprimir os protestos da oposição e a homenagem prevista para hoje às vítimas dos confrontos em Teerã. O comunicado acrescenta que, além da Guarda Revolucionária, os membros da milícia islâmica Bassij e de outras forças também vão conter os protestos nas ruas.
A Guarda Revolucionária do Irã, que conta com os melhores recursos e instrumentos de defesa do país, é um corpo de elite que responde diretamente ao líder supremo da Revolução, o aiatolá Ali Khamenei.
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