Apesar da chuva forte, cerca de 300 pessoas, entre jovens e mais velhos, iranianos e não-iranianos, se reuniram em frente à sede da ONU (Organização nas Nações Unidas) em Nova York para protestar contra a violência no Irã.
Os manifestantes pediram à organização que preste atenção aos recentes acontecimentos no Irã e condenaram o líder supremo do país, aiatolá Khamenei e o presidente, Mahmoud Ahmadinejad, pela repressão empreendida desde o início dos protestos, há cerca de uma semana.
As pessoas usavam megafones para entoar gritos como “Abaixo o ditador”, “Abaixo Khamenei” e “Mártires iranianos, teremos nossos votos de volta”. Outras cantaram canções revolucionárias, datadas de 1979, ano da Revolução Islâmica, como também um canto patriótico, “Ey Iran”, um hino não-oficial do Irã.
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Diversos motoristas que passavam pelo local buzinaram em sinal de apoio e transeuntes faziam o sinal da vitória e aplaudiam os manifestantes. Uma manifestante, que pediu para ser identificada somente como Maryam, me disse que ela e a família deixaram o Irã em 1988 e que desde então vivem nos Estados Unidos. “Nosso desejo é que o mundo saiba o que está acontecendo no Irã”, explicou, “e que as pessoas estão sendo mortas lá por algo que os norte-americanos têm e usufruem todos os dias: a liberdade”.
O protesto aconteceu no mesmo dia em que se estimou a morte de ao menos 40 pessoas no Irã e um dia após pronunciamento feito pelo líder supremo, Khamenei, em que ele condenou as manifestações.
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Durante o ato em Nova York, uma ex-líder reformista do Parlamento iraniano, Dr. Fatemeh Haghighatjoo, discursou. Hoje no exílio nos Estados Unidos, Fatemeh condenou o regime que um dia ela integrou. “Qualquer homem que autoriza as mortes de seus cidadãos não é muçulmano e, portanto, é incapaz de ser chamado de líder religioso supremo”.
* Texto e fotos. Daniel Younessi é australiano e vive há 10 anos nos Estados Unidos. Seus pais fugiram do Irã logo após a Revolução Islâmica, em 1979.
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