O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, examinou os planos para bombardear com mísseis os arredores da ilha de Guam e decidiu “observar um pouco mais” a conduta dos Estados Unidos antes de empreender uma ofensiva.
Kim foi informado sobre o plano durante uma inspeção da Força Estratégica do Exército Popular da Coreia do Norte, realizada nesta segunda (14/08) e divulgada nesta terça-feira (15/08) pela agência de notícias norte-coreana KCNA. A agência acusou os EUA de estarem levando a situação na península coreana a um “ponto crítico”.
“Washington está colocando a corda no pescoço com sua política de confrontação para Pyongyang e, para apaziguar as tensões e evitar o perigoso conflito militar na península coreana, é necessário que os EUA tomem a decisão adequada e a demonstrem com ações”, disse o líder norte-coreano, citado pela KCNA.
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Kim acusou Washington de provocar Pyongyang ao introduzir “enormes equipamentos nucleares estratégicos” nas proximidades da península e instou os EUA a deterem as provocações e reivindicações unilaterais “imediatamente”.
Durante a inspeção, Kim elogiou a preparação das tropas para agir em algum momento, ainda que suas últimas palavras sugiram que o bombardeio sobre Guam não é iminente, já que disse que quer “observar um pouco mais a conduta tola e bruta” de Washington.
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Agência Efe
Presidente norte-coreano disse que vai 'observar um pouco mais a conduta tola e bruta' de Washington
A tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos ficou mais profunda depois de Pyongyang protestar, na semana passada, contra as últimas sanções da ONU que atingem seus lançamentos de mísseis e ameaçou atacar o território dos EUA, ao que o presidente norte-americano Donald Trump replicou prometendo “fogo e fúria jamais vistos”.
Depois, o país asiático disse que preparava um plano para bombardear com quatro mísseis as imediações da ilha de Guam, que abriga importantes bases americanas e onde se encontram deslocados cerca de 7.000 soldados dos EUA.
Os testes de mísseis do governo norte-coreano neste ano – incluindo o lançamento de dois mísseis intercontinentais em julho – aumentaram a tensão regional e endureceu a retórica de Washington, com o governo Trump insinuando a possibilidade de realizar ataques preventivos contra Pyongyang.
Coreia do Sul
Por sua vez, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse que quer evitar uma guerra com a Coreia do Norte “a qualquer custo”.
“O governo evitará uma guerra a todo custo. Devemos resolver pacificamente o problema nuclear norte-coreano, mesmo com todos os obstáculos”, disse Moon durante a cerimônia em Seul do Kwangbok Jeol, o dia da independência nacional, no qual é festejado o fim do domínio colonial japonês, que durou 35 anos (1910-1945).
“Uma ação militar só pode ser decidida pela República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul] e ninguém deve decidir empreender uma ação militar sem o consentimento da República da Coreia”, disse o presidente. “Além disso, manteremos as portas abertas para o diálogo militar”, afirmou.