Os 2,8 milhões de eleitores da Costa Rica vão às urnas neste domingo (7) para votar por um novo presidente entre seis candidatos, um dos quais irá substituir o atual, Óscar Arias, além de 57 integrantes do Congresso e 495 membros dos 81 conselhos municipais.
A conservadora Laura Chinchilla, apoiada por Arias, é a primeira colocada nas pesquisas de intenções de voto, variando de 35,2% a 44%. Caso obtenha 40% dos votos, será eleita em primeiro turno, pois a legislação local exige apenas esta porcentagem, e não mais da metade dos votos. Disputam um lugar num possível segundo turno os candidatos Otto Solís, de esquerda, e Otto Guevara, de direita.
A cientista política Laura Chinchilla, de 50 anos, é filiada ao partido mais antigo do país, o PLN (Partido da Liberação Nacional), de tendência neoliberal e de centro-direita, que está no poder há 32 anos.
Laura, que já foi vice-presidente, ministra da Justiça e ministra da Segurança, deixa claro que pretende dar continuidade às políticas do atual governo na educação, meio ambiente e saúde. Mas, em suas palavras, a prioridade é “segurança, segurança e segurança”. Durante os discursos, a candidata evitou criticar os adversários. Se eleita, será a primeira mulher a ocupar o cargo no país.
Para obter os votos necessários para vencer no primeiro turno, Laura provavelmente enfrentará o advogado Guevara, de 49 anos, de direita e ultraliberal. Em segundo lugar em algumas pesquisas, Guevara é filiado ao ML (Movimento Libertário) e está em sua segunda candidatura. Durante a campanha, tentou promover um debate para trocar a moeda do país pelo dólar norte-americano.
Já o economista Ottón Solís, de 55 anos, do PAC (Partido Ação Cidadão), em terceiro nas pesquisas, concentrou a campanha em atacar a suposta corrupção do governo Arias e criticar gastos do partido governista com propagandas. Em sua terceira candidatura e com discurso de centro-esquerda, ele prometeu direcionar o dinheiro para as “verdadeiras necessidades do país” e fazer uma melhor distribuição dos impostos. Nas últimas eleições, perdeu para Arias por um ponto percentual.
Em quarto lugar, está Luis Fishman, da USC (Unidade Social Cristã), que se define como o “menos pior dos candidatos”. Outros que concorrem são Mayra González León, do partido Renovação Costa-Riquenha, e Eugenio Benavides, do Frente Amplio.
Números
Observando as pesquisas de opinião, o cientista político Manuel Rojas, da Flacso (Faculdade Latinoamericana de Ciências Sociais) na Costa Rica, afirma que, se Laura for para um eventual segundo turno, abrirá um panorama “decisivo e com tendência para os extremos”.
“Laura pode não ganhar no primeiro turno, pois em algumas pesquisas ela oscila abaixo dos 40%. E tem possibilidade de concorrer com dois candidatos radicalmente opostos”, disse ao Opera Mundi.
A candidata de Arias pertence a um partido tradicional, que “resistiu a todas as mudanças políticas pelas quais passou o país”, lembra Rojas. Segundo o analista, o PLN, fundando em 1951, era inicialmente de orientação social-democrata, mas alterou sua tendência nas últimas décadas. “Principalmente nos anos 80 e 90, transformou-se na representação do capital conservador do país. Hoje é um partido que está mais à direita e que pode ser considerado neoliberal”.
Óscar Arias já tinha sido presidente da Costa Rica de 1986 a 1990 e foi eleito para um novo mandato em 2006.
Favoritos
De acordo com as pesquisas de opinião, num segundo turno, os costa-riquenhos escolherão entre Laura e Guevara – ambos de tendência conservadora -, ou entre Laura e Solís.
Segundo estudo da empresa Unimmer, publicado ontem (3), Laura teria 41,9% dos votos; seguida por Guevara, com 22,9%, e por Solís, com 19,9%. A empresa CID Gallup aponta Laura com 44%, Guevara com 26% e Solís com 19,5%.
Já de acordo com pesquisa encomendada pela oposição e feita pela Imerca, empresa filiada ao TSE (Tribunal Supremo de Eleições), Laura Chinchilla lidera com 35,2%, seguida por Solís (15,2%) e Guevara 14,8%. Segundo a empresa, a diferença com os outros dois levantamentos ocorre porque as metodologias aplicadas são diferentes.
Ao contrário da Unimmer e da CID Gallup, a Imerca considera a porcentagem dos indecisos (23,5%) e daqueles que não revelaram os nomes do candidato (7%), conforme explicou a diretora da empresa, Rosa Amelia Quirós. A informação foi confirmada por porta-vozes das demais instituições.
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