Autora do best-seller e criadora de Harry Potter, JK Rowling doou nesta quarta-feira (11/06) 1 milhão de libras (R$ 3,75 milhões) para a campanha contra a independência da Escócia, chamada “Better Together”. Em comunicado em seu site oficial, ela explicou os motivos por trás de sua doação, afirmando que a Escócia deveria continuar dentro do Reino Unido e que tal decisão afetaria “as perspectivas das gerações futuras”.
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No dia 18 de setembro, 4 milhões de eleitores escoceses deverão responder “sim” ou “não” à pergunta: “A Escócia deveria ser um país independente?”. Caso a maioria vote pelo “sim” no referendo, a Escócia colocará fim à união de 307 anos com a Inglaterra, mas a declaração de independência só ocorrerá em 24 de março de 2016.
[Rowling lançou 1° livro de Harry Potter em 1997]
A autora mais vendida da Grã-Bretanha nasceu na Inglaterra, mas vive em Edimburgo, capital da Escócia, há mais de 20 anos. Com cuidado para evitar ofensas, Rowling ressaltou que “há pessoas inteligentes e pensativas em ambos os lados”. Contudo, acrescentou que “há nacionalistas que gostam de demonizar quem não é cego e inquestionavelmente a favor da independência”.
Ela comparou estes nacionalistas escoceses a Comensais da Morte, personagens fictícios dos livros de Harry Potter, que fazem parte do grupo que apoia Lord Voldemort, rejeita os “trouxas” (os humanos) e também os “sangue ruins” – no caso, os bruxos que não têm descendência bruxa na família. “Apesar de ter sangue escocês do lado da minha mãe, eu também tenho ascendência inglesa, francesa e flamenga”, diz a escritora na nota.
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Rowling não é a primeira grande doadora para entrar no debate político acerca da autonomia da Escócia. No início deste ano, o casal de ganhadores de uma loteria Colin e Chris Weir também doou £ 1 milhão para o “Yes Scotland”, grupo que apoia a independência. Margaret Curran, uma das organizadoras da rival “Better Together” disse que o ato de Rowling foi “significativo e bem-vindo”, segundo The Guardian.
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“A doação de JK Rowling para a campanha será bem aproveitada. No entanto, estamos diante de uma campanha apoiada por grandes ganhadores da loteria. Ainda precisamos de mais doações e apoio para se certificar de que as pessoas vão dizer “não” pela separação de uma vez por todas”, explicou Curran.
A campanha para o referendo de independência da Escócia teve início no dia 30 de maio. De acordo com pesquisas recentes, o grupo contrário à independência lidera com 46% dos votos, contra 34% do “sim” e 20% de indecisos. Estes últimos devem definir o resultado final.