Apesar de em 2008 o desemprego ter mantido o ritmo de queda na maioria dos países da América Latina, um estudo da OIT (Organização Internacional do Trabalho) alerta que em 2009 a realidade deverá ser outra: entre 1,5 milhão e 2,4 milhões de pessoas devem perder o emprego em função da crise.
A organização usa como parâmetro uma previsão de crescimento econômico de apenas 1,9% na região, mas o FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou hoje (28) um prognóstico ainda pior: 1,1% – sendo 1,8% para o Brasil.
Segundo o relatório “Panorama Laboral 2008: América Latina e Caribe”, apresentado ontem na sede da OIT em Lima, a taxa de desemprego nas áreas urbanas crescerá de 7,5% (índice acumulado de janeiro a novembro de 2008) para algo entre 7,9% e 8,3% em 2009.
“A crise de emprego já chegou à região”, advertiu o diretor regional da OIT para a América Latina e o Caribe, Jean Maninat. “Depois de cinco anos seguidos de redução do desemprego até 2008, a taxa voltará a subir em 2009”.
Maninat alertou que as taxas de desemprego podem piorar nos anos seguintes “se os governos não tomarem medidas que permitam minimizar os efeitos da crise”. No entanto, o diretor destacou que, graças ao crescimento econômico da região e às políticas de seus governos, a crise financeira mundial “encontra a América Latina melhor preparada para enfrentá-la”.
A chegada da crise interrompe um ciclo positivo em matéria de taxa de desemprego, que começou depois de 2002, quando foi registrada a taxa mais alta de tempos recentes, de 11,4%.
Os únicos países latino-americanos onde o desemprego cresceu em 2008 foram Chile (7,1% para 7,9%), Barbados (8% para 8,3%) e Jamaica (10,2% para 11%). No prognóstico para 2009, não houve discriminação por país.
No mundo, 51 milhões podem perder o emprego
Cerca de 51 milhões de empregos em todo o mundo podem desaparecer devido à crise econômica global, ainda segundo relatório da OIT. A organização afirma que a taxa de desemprego subirá para 7,1% ao final de 2009, em comparação com 6% em 2008 e 5,7% em 2007.
O estudo global diz que os países em desenvolvimento sofrerão mais com a perda de empregos. “Caso a recessão piore em 2009, a crise de desemprego vai se agravar severamente”, anunciou Juan Somavia, diretor geral da OIT. “Não há progresso na redução da pobreza e a classe média em todo o mundo está enfraquecendo”.
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