O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) excluiu neste domingo (07/08), em decisão unânime, a Rússia dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro devido à denúncia de encobrimento de casos de doping do Estado e serviço secreto russo que foi apresentada por um relatório da Wada (Agência Mundial Antidoping) em julho.
“Suspendemos provisoriamente como membro o Comitê Paralímpico Russo e, por isso, a equipe russa não competirá nos Jogos do Rio”, anunciou Philip Craven, presidente do IPC, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro.
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Delegação russa está fora de Jogos Paralímpicos
Craven afirmou que há 44 atletas paralímpicos russos cujos exames antidoping foram manipulados durante os Jogos de Inverno de Sochi, em 2014, segundo o relatório da Wada.
“Em princípio, o relatório falava em 35 exames. Ontem, foram acrescentadas outras dez. E agora temos 45 exames de 44 atletas que foram manipulados. Lamento que o programa de doping de Estado também tenha envolvido o esporte paralímpico”, afirmou.
“Dedicamos bastante tempo a estudar o relatório McLaren e ouvimos o lado russo, mas eles não puderam comprovar que tinham razão”, disse o presidente à imprensa.
“Lamentamos e nos solidarizamos com os atletas paralímpicos limpos, que não disputarão os Jogos do Rio, mas não tínhamos outra opção”, afirmou o dirigente do órgão. a Rússia tem 21 dias para recorrer.
Logo depois a decisão do IPC, o ministro de Esportes da Rússia, Vitaly Mutko, afirmou que entrará com um recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS). Caso a resposta seja contrária aos interesses do país, o representante do governo disse que recorrerá a outros tribunais.
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“Essa decisão é infundada. Olhe a composição do IPC, sequer há representantes russos”, disse Mutko.
No último dia 22 de julho, o Comitê abriu uma investigação contra o Comitê Paralímpico Russo após receber da Wada os nomes do atletas do país envolvidos no escândalo em Sochi. Os Jogos Paralímpicos do Rio começam no próximo dia 7 de setembro.
A decisão contrasta com a do COI (Comitê Olímpico Internacional), que passou para as federações internacionais de cada modalidade a responsabilidade de decidir sobre a participação dos atletas russos nas Olimpíadas, que começaram oficialmente na sexta-feira (05/08).
Relatório da Wada
Em julho, um relatório encomendado pela Wada, feito pelo advogado canadense Richard McLaren, concluiu que a inteligência russa, juntamente com autoridades do governo, montaram um esquema para encobrir casos de doping de atletas russos, que funcionou entre o fim de 2011 até agosto de 2015.
Segundo o documento, o esquema montado pelo Laboratório Antidoping de Moscou e supervisionado pelo Ministério dos Esportes e pelo Serviço Federal de Segurança do país, antiga KGB, permitia transformar um exame antidoping com resultado positivo em negativo.
*com Agência Efe