Detidas no início de dezembro por dirigir, as sauditas Loujain al-Hathloul, de 25 anos, e Maysa al-Amoudi, 33, foram libertadas da prisão. A Arábia Saudita é o único país do mundo que proíbe as mulheres de dirigirem.
After 74 days in prison for driving Loujain Al Hathloul and Maysaa Al Amoudi are free! #Freedom4LoujainAndMaysaa pic.twitter.com/xrFbjrPHbt
— madeha al ajroush (@madehaAlajrous) 13 fevereiro 2015
Pessoas próximas a al-Hathloul e al-Amoudi afirmaram que elas não foram presas propriamente por dirigir, mas por expressarem suas opiniões online. Juntas, as duas ativistas têm mais de 360 mil seguidores no Twitter e são as principais vozes da campanha pelo direito das mulheres de dirigir no país.
As sauditas, que têm carteiras de motorista dos Emirados Arábes Unidos, foram detidas na fronteira entre esse país e a Arábia Saudita ao tentar cruzar a fronteira dirigindo. Elas vinham pedindo na internet o fim da proibição de dirigir na Arábia Saudita, norma existente de forma oficial no país desde 1990, e tinham convocado outras pessoas a desafiar a regra.
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Nos últimos anos foram organizadas uma série de campanhas nas quais mulheres sauditas saíram para dirigir carros no país e postaram seus vídeos nas redes sociais para denunciar a falta de liberdade. Em 2011, uma saudita foi condenada a 10 chibatadas por dirigir, mas sua sentença foi cancelada pelo rei Abdullah.
Guardiã das mesquitas Meca e Medina, a monarquia saudita remonta ao ano de 1923 e é regida conforme e estritamente pela lei islâmica (“sharia”), sendo conhecida pela segregação de sexos em espaços públicos, restrições de direitos sociais, principalmente às mulheres.
Não há nenhuma lei que explicite a proibição para mulheres dirigirem no país, mas o reino se recusa a emitir carteiras de motorista para mulheres, temendo que a ampliação dos direitos civis leve a “problemas sociais”.
Carlos Latuff / Opera Mundi