Na data em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, foram organizadas ao redor do mundo diversas ações para exigir maior igualdade de direitos entre os gêneros.
Mulheres saíram às ruas no Marrocos e no México, onde as mães dos 43 estudantes desaparecidos da escola de Ayotzinapa cobraram das autoridades o paradeiro de seus filhos. Na China, forças de segurança reprimiram manifestações por direitos das mulheres; diversas ativistas foram detidas.
Agência Efe
Manifestantes foram às ruas na Espanha no Dia Internacional da Mulher
Acompanhe como foi vivido o Dia da Mulher em cinco países do mundo:
ÍNDIA: Foi lançado hoje um calendário da ONG Stop Acid Attacks estrelando na publicação mulheres que foram atacadas com ácido. Nas fotos, as moças aparecem exercendo suas profissões como antes de terem a vida marcada pela ação opressora.
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Em geral, este tipo de ataque é cometido como vingança em um país onde um frasco de ácido de 1 litro é muito acessível: custa apenas 30 rúpias (R$ 1,46) e é frequentemente utilizado na limpeza de banheiros ou encanamentos.
“Nos calendários aparecem estrelas de cinema ou modelos, não mulheres como nós. Queremos mostrar que a beleza é interior, que continuamos a ser bonitas”, disse à Agência Efe Sonia, de 30 anos, que foi atacada com ácido em 2004 por um vizinho após uma discussão e tem o rosto totalmente deformado.
Agência Efe
ONG na Índia lança calendário protagonizando mulheres que foram vítimas de ataques com ácido
MÉXICO: Mães dos 43 estudantes desaparecidos em Ayotzinapa e ativistas sociais organizaram hoje uma marcha para cobrar a localização dos filhos e pedir mais igualdade de gênero.
“Seguimos sendo objetos descartáveis no campo de trabalho e social”, disse Aljandra Torres, da organização Pão e Rosas.
CHINA: Após uma série de atos, autoridades chinesas detiveram várias ativistas feministas em Pequim e nas cidades de Cantão e Hangzhou. A diretora-executiva da ONG chinesa “Centro de Mulheres”, Wu Rongrong, foi presa na operação, após revista de seu apartamento. O escritório da ONG também foi invadido pela polícia.
Wu Rongrong, de 30 anos, é conhecida no país por suas campanhas para ajudar prostitutas e prevenir o contágio por HIV. Desde 2011, ela se dedica especialmente a tentar eliminar a discriminação e violência de gênero no país asiático, um grave problema no país.
MARROCOS: Milhares de pessoas saíram às ruas da capital Rabat para manifestar-se contra a regressão dos direitos da mulher no Marrocos, exigindo a aplicação da paridade entre os dois sexos.
Na passeata, que começou na praça Bab el-Had e terminou perto do parlamento, os manifestantes alçaram cartazes e cantaram palavras de ordem para reivindicar a igualdade entre gêneros e pedir a aplicação do mecanismo de paridade estipulado pela Constituição de 2011.
AFEGANISTÃO: Na sexta-feira (06/03), um pequeno grupo de 20 afegãos afegãos vestiu burcas azuis e marchou pela capital Cabul para chamar atenção à desigualdade de direitos das mulheres.
Segundo um dos ativistas, a ideia do ato era “trazer os direitos das mulheres para as ruas”. O uso da burca no Afeganistão passou a ser uma marca do governo Talibã no país, mas mesmo após a queda do regime, o item de vestuário ainda é a bastante usado.
(*) Com informações da Agência Efe