Efe
Evangelos Venizelos, do governista Pasok, espera reunião com presidente grego; acordo segue distante
As negociações para a formação de um novo governo na Grécia terminaram em novo impasse neste domingo (13/05). Os partidos ND (Nova Democracia) e Pasok, que governaram o país nos últimos dois anos, não chegaram a um acordo com a sigla de esquerda Syriza, segunda colocada nas eleições de 6 de maio, que afirmou não querer ser “cúmplice” dos “crimes cometidos por esses partidos”.
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A Syriza se refere às medidas de austeridade geradas pelos acordos assinados por ND e Pasok com a Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), enquanto governaram o país.
Para receber empréstimos financeiros da comunidade europeia, a Grécia se viu obrigada a adotar duras medidas que fizeram subir o índice de desemprego no país, bem como a indignação da população diante dos cortes nas pensões e nos investimentos em serviços públicos.
“Os partidos da coalizão governaram a Grécia nos últimos dois anos e ainda continuam chantageando o povo. Mas os gregos não podem ser chantageados”, disse o líder da Syriza, Alexis Tsipras, em referência ao Pasok e ao ND, as legendas que assinaram o acordo.
Pasok e ND chegaram a um entendimento com a Dimar, pequena legenda de centro-esquerda, o que seria suficiente para garantir a maioria, mas tentam forçar a adesão da Syriza pois alegam que somente assim o governo teria legitimidade. “Eles têm a maioria, que sigam adiante. O pedido para que o Syriza participe não tem precedentes e não é razoável”, criticou Tsipras.
Neste domingo, o presidente grego Carolos Papoulias tentou conduzir a formação de um governo de salvação nacional com a participação de todas as legendas, mas as discordâncias sobre como recuperar a economia do país devem levar a novas eleições.
Segunda colocada nas eleições da semana passada, a Syriza defende a rejeição do acordo com a Troika, mesmo que isso implique a saída do pais da Zona do Euro. Entre os partidos que obtiveram representatividade no Parlamento, apenas ND e Pasok não são contrários às medidas de austeridade e, dessa forma, as duas siglas fracassaram nas tentativas anteriores de acordo com as demais legendas.
Se a iniciativa presidencial não alcançar um acordo, a Grécia terá que realizar novas eleições num prazo mínimo de três semanas após a constituição do Parlamento em 17 de maio, por isso a data desta votação deverá ser 10 ou 17 de junho.
Apesar do impasse, Carolos Papoulias convocou uma nova reunião entre os principais líderes partidários para esta segunda-feira.