Antonio de Aguiar Patriota, diplomata de carreira e discípulo do atual chanceler brasileiro, Celso Amorim, foi anunciado nesta quarta-feira como futuro ministro das Relações Exteriores no governo da presidente eleita Dilma Rousseff.
Patriota de 56 anos, ingressou na carreira diplomática após se graduar em Filosofia na Universidade de Genebra (Suíça), e é o atual secretário-geral do ministério que chefiará. Ele assumiu o cargo em outubro de 2009, quando retornou ao país após ser embaixador nos Estados Unidos por dois anos.
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Desde que concluiu o Curso de Preparação para a Carreira Diplomática (CPCD) do Instituto Rio Branco, em 1978, ocupou diversos cargos nas embaixadas de Caracas, Pequim e na missão brasileira na ONU, entre outras funções. O embaixador também trabalhou na Missão Permanente do Brasil perante organismos internacionais em Genebra, foi secretário de Planejamento Diplomático do Ministério de Relações Exteriores e chefe do gabinete de Amorim entre 2004 e 2005.
“Retorno de Washington com um retrato atualizado do interesse e o respeito que o Brasil desperta nos Estados Unidos”, declarou Patriota em outubro do ano passado.
Nos últimos meses, teve ativa participação em reuniões da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e de outros organismos internacionais, às quais compareceu como representante de Amorim ou do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo diversos diplomatas, Patriota manterá todas as linhas mestras da atual política externa brasileira, baseadas na busca de uma maior cooperação no eixo sul-sul e com forte acento sul-americano, assim como deverá buscar uma maior aproximação com os Estados Unidos.
Discípulo e mestre
De caráter afável, habitualmente moderado em suas declarações e com muito boa relação com a imprensa, Patriota é considerado pelos analistas brasileiros como outro “símbolo de continuidade” da gestão de Lula. De fato, durante 8 dos 21 anos que tem no serviço exterior, Patriota trabalhou em diversos cargos muito próximo a Amorim, chanceler de Lula desde 2003, e muitos o consideram como seu melhor discípulo na arte da diplomacia.
Agora, o aluno terá o desafio de igualar ou superar o mestre, que ainda não deu pistas claras sobre seu futuro.
Amorim deixará o Ministério das Relações Exteriores no dia 1º de janeiro como o ministro que mais tempo ficou no Itamaraty na história da diplomacia brasileira. O chanceler ocupou esse cargo entre 1993 e 1994, durante o governo de Itamar Franco, e durante os oito anos em que Lula esteve no poder.
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