O presidente do canal de TV venezuelano Globovisión, Guillermo Zuloaga, detido ontem no aeroporto de Falcón ao tentar sair do país, foi liberado hoje (26). Zuloaga continua proibido de deixar a Venezuela.
Uma possível tentativa de fuga em razão das investigações feitas pelo Ministério Público por Zuloaga ter feito declarações em que acusava o presidente Chávez de ter ordenado um massacre, ocasionou a ordem de prisão.
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Segundo a procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, a denuncia foi feita em razão de “vários delitos por ofensa” e por “divulgação de informação falsa”. Ela lembrou que recebeu ontem um documento da assembleia nacional para o início de uma investigação sobre as declarações de Zuloaga na SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa), consideradas “desrespeitosas e ofensivas” ao presidente.
Durante o pronunciamento, Zuloaga disse que não estava fugindo do país e justificou sua ida ao aeroporto em razão de uma viagem à Ilha de Bonaire, no Caribe, como faz habitualmente. “Estive no aeroporto há uma semana para resolver tudo, o que significa que não existe fuga”, explicou.
De acordo com o jornal local Correo de Caroní, o presidente da Globovisión foi ainda hoje a sede do canal, onde agradeceu aos colegas, todos os meios de comunicação internacionais e as pessoas que se preocuparam com a sua situação.
Críticas
Logo após a prisão, ocorrida num aeroporto no noroeste da Venezuela, várias entidades saíram em defesa de Zuloaga alegando que a decisão desrespeita os direitos humanos.
A Organização dos Estados Americanos, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a SIP, a Associação Internacional de Radiodifusão, a Human Rights Watch e o governo do Canadá estão entre os que criticaram e mostraram preocupação com o caso.
Hoje, o jornal venezuelano El Universal, de oposição, publicou críticas dos representantes destas entidades a fim de pressionar a justiça para libertar Zuloaga. Para o diretor da Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, processar uma pessoa por criticar outra é “violar a liberdade de expressão”. Já o recém eleito secretário geral da OEA, José Miguel Insulza se disse preocupado com o caso.
“Apelo às autoridades venezuelanas para a rápida libertação do Sr. Zuloaga”, escreveu em comunicado oficial. Insulza pediu ainda a liberação do acusado e que o governo venezuelado garanta os direitos Zuloaga de acordo com a lei.
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