O ex-presidente cubano Fidel Castro afirmou que apenas o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é capaz de impedir a guerra nuclear, em entrevista concedida ao jornal mexicano La Jornada publicada nesta segunda-feira (30/8).
“Tenemos que mobilizar o mundo para persuadir Barack Obama, presidente de Estados Unidos, para que evite a guerra nuclear. Ele é o único que pode, ou não, impedir que seja apertado o botão”, afirmou Fidel.
O ex-presidente falou sobre diversos temas, como, por exemplo, sobre internet. Disse que as más condições de infraestrutura da internet em Cuba são culpa dos Estados Unidos, que se negam a dar acesso através de um
cabo submarino de fibra ótica, o que faria com que o país precise baixar
o sinal de um satélite, encarecendo o serviço e impedindo uma maior
largura de banda.
“Por essas razões o governo cubano dá prioridade para se conectar não a
quem pode pagar pelo custo, mas aos que precisam dele, como médicos,
acadêmicos, jornalistas, profissionais, membros do governo e clubes de
internet de uso social”, disse.
Na entrevista, o cubano também exortou a internet, dizendo que ela
“colocou nas nossas mãos a possibilidade de nos comunicarmos com o
mundo” e que “estamos diante da arma mais poderosa que existiu, que é a
comunicação”.
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Fidel falou também sobre sua saúde e disse que esteve “quatro anos se debatendo entre a vida e a
morte”, desde que suas condições de saúde fizeram com que ele parasse de
aparecer em público em 2006 e, dois anos, depois deixasse o governo
oficialmente em detrimento do irmão Raúl.Afirmou ter ressuscitado de sua doença em “um mundo de loucos”, mas que não “queria perder por nada”.
“Era um entrar e sair da sala do centro cirúrgico, entubado, recebendo alimentos através de veias e cateteres e com perdas frequentes de conhecimento”, relatou ele. “Cheguei a estar morto”, completou o ex-presidente na entrevista.
“Hoje faz 40 dias que Fidel Castro reapareceu em público de maneira definitiva, ao menos sem perigo aparente de recaída”, afirmou o texto escrito pela jornalista Carmen Lira. “Em um clima descontraído e quando tudo faz pensar que a tormenta passou, o homem mais importante da Revolução Cuba está vistoso, ainda que não domine de todo os movimentos das pernas”, acrescentou.
Fidel disse que se perguntou várias vezes se seus médicos deixariam-no viver nessas condições ou se lhe permitiriam morrer. “Estendido naquela cama, só olhava ao meu redor, ignorante de todos os aparatos. Não sabia quanto tempo duraria esse tormento e a única coisa que tinha esperança é que o mundo parasse para que não perdesse nada”, continuou.
O ex-presidente comentou, sorrindo, ter “ressuscitado” em “um mundo que aparece todos os dias na televisão, nos jornais, e que não há quem entenda, mas que não queria perder por nada”. “Não quero estar ausente nesses dias. O mundo está na fase mais interessante e perigosa de sua existência e eu estou bastante comprometido com o que vai passar”, disse.
Para ler a entrevista completa, clique aqui.
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