O ex-técnico da NSA (Agência de Segurança norte-americana) Edward Snowden, procurado pelo governo dos EUA pelo vazamento de documentos que denunciam o esquema de espionagem do país, afirmou, em entrevista publicada pelo New York Times nesta sexta-feira (18/10), que não revelou nenhum desses arquivos à Rússia ou à China.
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“Existe zero por cento de chance que os russos ou os chineses tenham obtido qualquer documento”, afirmou Snowden. Ele disse ter deixado todos os papéis com uma equipe de jornalistas com quem se encontrou em Hong Kong (incluindo Gleen Greenwald, então no jornal britânico The Guardian) antes de voar para Moscou. Por isso, disse, não manteve nenhuma cópia consigo, pois isso não “serviria ao interesse público”.
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Snowden disse, em entrevista ao New York Times, que não repassou documentos à Rússia
Na entrevista, que foi realizada durante vários dias via internet, por meio de comunicação criptografada, Snowden confessou estar relutante em revelar tal informação por medo de expor os jornalistas de Hong Kong a investigações.
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O norte-americano também afirmou que, enquanto trabalhava para a NSA, foi responsável por investigar operações secretas da China, além de dar um curso sobre inteligência cibernética. Por conta disso, o ex-técnico da NSA disse ter certeza de que os documentos não caíram nas mãos de espiões chineses.
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O governo dos EUA está processando o ex-técnico da NSA, acusando-o de violação do “Espionage Act”. Snowden não se mostra preocupado em relação a isso e se afirma como um delator que está agindo em nome do interesse nacional. Para o ex-técnico, suas denúncias estão ajudando o serviço de segurança norte-americano, pois levantaram um debate público necessário a respeito da abrangência do sistema de inteligência do país.
“A permanência secreta desses programas representa um perigo muito maior do que sua interrupção”, afirmou Snowden, que também criticou a falta de legitimidade de atividades governamentais que ocorrem “às escuras”.