O tempo é curto. Somente 10 dias foram reservados para a campanha “oficial” para a eleição presidencial venezuelana, marcada para 14 de abril. No entanto, tanto o candidato do chavismo, o presidente interino Nicolás Maduro, como o opositor Henrique Capriles, há dias já disputam as preferências do eleitor em eventos pelo país. E, de acordo com pesquisas de intenção de voto divulgadas recentemente, Maduro deve ser eleito presidente.
Efe
Maduro discursa para chavistas no Estado de Anzoátegui. Candidato tem vantagem de até 18 pontos sobre o rival, Henrique Capriles
A mais recente, do instituto Hinterlaces, revela que Maduro obteria 53% dos votos, enquanto Capriles teria 35% de apoio. Se levados em conta apenas os votos válidos o resultado seria de 60,22% para Maduro e 39,78% para Capriles.
O levantamento revela ainda que 61% dos entrevistados acreditam que o candidato do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) ganhará as eleições e indica que 69% dos que responderam o questionário consideram que o governo Chávez foi positivo.
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Outro levantamento, feito pela ICS, dá a Maduro 58,2% de intenção de voto, enquanto Capriles tem 40,5%. A diferença é de 11%. Na segunda-feira (18/03), o instituto Datanálisis divulgou uma pesquisa indicando vantagem de 14,4 pontos de Maduro (49,2%) frente a Capriles (34,8%). A sondagem, feita entre 11 e 13 de março, foi a primeira a ser divulgada após a morte de Hugo Chávez, em 5 de março.
Otimismo
A oposição nunca conseguiu derrotar Chávez em presidenciais e, embora as pesquisas também sejam adversas, Carlos Ocariz, do partido Vontade Popular e responsável pelo comando da campanha “ Simón Bolívar”, acredita que esta é a “maior oportunidade de vencê-las em 15 anos”.
Efe
Capriles faz comício no Estado de Carabobo. Candidato opositor adotou discurso mais agressivo do que o do ano passado
“Sabemos que será difícil, mas temos um excelente candidato e Maduro levou o país a um autêntico desastre”, disse à AFP, mencionando decisões recentes do governo, como a desvalorização do Bolívar, moeda nacional.
Em uma corrida contra o relógio, Capriles de dedica a percorrer cidades da Venezuela, a pouco mais de uma semana do início formal da campanha eleitoral, com um discurso mais frontal e agressivo, diferentemente do adotado para as eleições de 7 de outubro, quando perdeu para Chávez por onze pontos.
“Já derrotei dois vice-presidentes, já derrotei dois, a terceira é de vez”, disse Capriles, eleito em 2008 governador do Estado de Miranda contra o ex-número dois do governo, Diosdado Cabello, uma vitória repetida em dezembro passado diante de Elías Jaua, atual chanceler.