No primeiro dia útil após o anúncio da flexibilização do “cerco cambial” à compra e venda de dólar na Argentina, o dólar paralelo, chamado de “blue”, voltou a subir, enquanto as casas de câmbio não conseguiram vender a moeda por conta de “ajustes no sistema” de comercialização da divisa.
Hoje, por volta das 18h30, a moeda valia 12,15 pesos no paralelo (0,15 a mais que na sexta 24/01), enquanto que, no oficial, o dólar ficou em 8,02, praticamente estável. O Banco Central do país vendeu a divisa no mercado para segurar a cotação.
Também nesta segunda (27/01), o chefe de gabinete de Cristina, Jorge Capitanich, anunciou como se daria a venda de dólares – por isso, as agências falam em “ajustes”.
Agência Efe
Dólar paralelo voltou a subir após anúncio de flexibilização de “cerco cambial” na Argentina
Os poupadores argentinos poderão adquirir até US$ 2 mil por mês se estiverem em dia com seus impostos. Para concluir a transação, será preciso ter renda mensal de, no mínimo, 7.200 pesos (US$ 900). A quantia adquirida também deverá corresponder a até 20% do salário declarado.
A compra de dólares só não ficará sujeita a um imposto de 20% se as divisas permanecerem depositadas em uma conta bancária — caderneta de poupança ou renda fixa — por pelo menos 365 dias.
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Capitanich informou também que o governo voltou atrás da tentativa de reduzir o imposto que os argentinos pagam sobre gastos realizados com cartões de crédito no exterior. Na semana passada, havia sido anunciada uma redução de 35% para 20%, o que não vai mais ocorrer.
Cristina culpa bancos
A presidente Cristina Kirchner, que está em Cuba, culpou nesta segunda-feira bancos e outros grandes atores econômicos pelas manobras especulativas no mercado cambial, que fizeram o peso argentino sofrer uma fortíssima desvalorização nos últimos dias.
Cristina conversou em Cuba com a presidente, Dilma Rousseff, sobre as “pressões especulativas sobre as taxas de câmbio dos países emergentes”, revelou em sua conta no Twitter.
“Parece que alguns querem nos fazer comer sopa outra vez, e com garfo. Quem? Os mesmos de sempre. Os que ficaram com suas economias em 2001 e que nós tivemos que pagar, com o (bônus) Boden 12”, alfinetou Cristina.
A governante argentina sustentou que “só através dos bancos podem ser feitas todas as manobras especulativas dos mercados”, com “a cumplicidade, claro, de grupos econômicos, exportadores e importadores, entre outros”.
Esta é a primeira vez que Cristina se pronuncia sobre os sobressaltos no mercado cambial, desde o anúncio da flexibilização.