O governo iraniano enviou nesta segunda-feira (24/5) uma carta à Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica) notificando o acordo assinado com o Brasil e a Turquia, que prevê troca de combustível nuclear sob supervisão internacional.
De acordo com a rede de televisão estatal PressTV, do Irã, o documento expressa a preocupação do presidente Mahmoud Ahmadinejad em detalhar os termos, destacando que acredita em sua aprovação como solução para o impasse que ganhou projeção internacional.
“A República Islâmica do Irã reitera sua concordância com o conteúdo da declaração conjunta. Esta ação abrirá o caminho para iniciar a negociação de mais detalhes sobre a troca que levará à celebração de um acordo escrito”, diz a carta.
Além disso, o documento reitera a participação do país no TNP (Tratado de Não-Proliferação de Armas), as intenções pacificas do programa nuclear iraniano e a permissão de agentes turcos para inspecionar o processo de enriquecimento do urânio.
“O urânio será utilizado como combustível para o reator dedicado à produção de radioisótopos para fins médicos e prestação de serviços médicos para cerca de 1 milhão de pessoas”, esclarece o presidente iraniano.
Durante o texto, Ahmadinejad considera o acordo uma oportunidade “positiva, construtiva e não de confronto” para todas as partes.
Primeiro passo
Ao receber a carta de Ahmadinejad, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que ratificou a necessidade de transparência do documento e do cumprimento das resoluções, reconheceu os esforços dos governos brasileiro e turco.
“Expresso meus elogios pela iniciativa diplomática da Turquia e do Brasil em ajudar a resolver a tensão envolvendo o programa nuclear iraniano”, afirmou.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a entrega da carta à Aiea é o primeiro passo para o cumprimento do acordo, que prevê o envio de 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia em troca de 120 quilos de urânio enriquecido a 20% no prazo de um ano.
Novas sanções
“Tudo aquilo que foi acertado conosco está começando a ser cumprido agora. Depois da carta vêm as conversas com a agência, vem o depósito do urânio na Turquia, e depois, aí, o prazo para que o Irã receba já o urânio enriquecido”, avaliou Lula durante o programa de rádio Café com o Presidente.
A medida foi tomada para impedir a aprovação de sanções no Conselho de Segurança da ONU contra os iranianos. No entanto, os Estados Unidos atuam paralelamente, levantando dúvidas sobre o eventual cumprimento do acordo e seus efeitos por parte do Irã, e mantêm a defesa das sanções.
Na última semana, os EUA conseguiram o apoio Rússia e China, ate então contra as sanções, em favor do esboço de resolução que define pelas sanções contra o Irã.
NULL
NULL
NULL