Em Bruxelas, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afirmou na quarta-feira (10/06) que os países latino-americanos “rechaçam” quaisquer sanções contra a Venezuela. A declaração ocorreu durante sua participação na 2ª Cúpula Celac-UE (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos e União Europeia) na capital belga.
EFE
Dilma Rousseff concede entrevista a veículos internacionais em Bruxelas após encontro com líderes latinos e europeus
“Não admitimos medidas unilaterais, golpistas e políticas de isolamento. Sabemos que tais medidas são contraproducentes, ineficazes e injustas. Por isso, rechaçamos a adoção de quaisquer tipos de sanções contra a Venezuela”, criticou Dilma, citada pela Agência Brasil.
“A Unasul trabalha arduamente para promover o diálogo político na Venezuela, buscando contribuir para o pleno respeito, por todos, ao Estado Democrático de Direito e à Constituição”, acrescentou.
Ontem, uma comissão de alto nível, comandada pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, veio ao Brasil para revisar acordos bilaterais entre os países na área econômica, sobretudo em setores vulneráveis e que passam por crise de abastecimento.
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Enviado sob ordem do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, o grupo discutiu acordos com indústrias de alimentos, de farmácias e do setor hospitalar que impliquem transferência de tecnologia e a instalação de fábricas e distribuidoras desses setores em Caracas.
Ainda ontem, Dilma afirmou que o Mercosul (Mercado Comum do Sul) têm condições de apresentar, em breve, uma proposta de livre comércio com o bloco europeu — um projeto contestado por alguns países sul-americanos, como Argentina e Bolívia.
Na terça-feira (09/06), a chefe de Estado brasileira comparou a postura da comunidade internacional em relação à Venezuela e Cuba. Em entrevista a Deutsche Welle, ela destacou que não considera “virar as costas” para Caracas, nem “interferir em países irmãos”.
“Acho que muita gente gostaria que virássemos as costas para a Venezuela, como durante muito tempo foi feito com Cuba. Com Cuba, nós sempre nos recusamos. Nós somos um país eminentemente pacífico. Colocar a Venezuela como sendo uma ameaça aos Estados Unidos não é algo que contribua para maior democracia na Venezuela”, explicou Rousseff ao veículo alemão.