A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, declarou hoje (11/11) que o mundo
pode tomar a Argentina como exemplo, durante um encontro com mais de
trinta executivos de multinacionais em Seul, na Coreia do Sul, onde
começa hoje a cúpula do G20, grupos dos países mais ricos do mundo e dos
principais emergentes.
As políticas de crescimento da Argentina
“podem ser aplicadas em uma escala global”, partindo do critério de que
“um setor não pode crescer às custas de que desmorone o resto da
sociedade”, defendeu Cristina, segundo o jornal Clarín.
Para Cristina, “é importante ter um diagnóstico correto da doença, porque
senão se corre o risco de dar diferentes remédios ao doente e adoentá-lo
ainda mais”. Ela insistiu que “a cooperação internacional com
seriedade, responsabilidade e racionalidade é a chave para abordar os
problemas”.
Na reunião que a chefe de Estado argentina manteve
com 31 CEOs de multinacionais que têm interesses comerciais no país,
participaram o chanceler, Héctor Timerman, e o ministro da Economia,
Amado Boudou.
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De acordo com a agência estatal Télam, o executivo
do Deutsche Bank Josef Ackermann manifestou que estava de acordo com a
presidente no diagnóstico de que “sempre utilizamos os remédios
habituais e não atacamos a doença. Por isso, devemos averiguar quais são
as casas da doença”.
Outros empresários como Héctor Méndez,
titular da União Industrial Argentina (UIA), e José Ignacio de
Mendiguren, secretário-geral do organismo, criticaram ontem o governo
por este acusar apenas os empresários pela inflação no país.
Segundo
o ministro Boudou, outro questionamento surgido na reunião abordou as
últimas decisões tomadas pelo Banco de Compensações Internacionais, em
Basilea, que emite normas para todos os bancos centrais e tem fixado
mais restrições para a entrega de crédito, numa medida de regulamentação
do setor financeiro.
“Os empresários relacionados com a economia
real querem que haja mais crédito para as empresas do setor produtivo e
que não haja tantas questões regulatórias que impeçam o crédito”,
apontou o titular da Economia.
Ele também avaliou após o encontro
que “os empresários ressaltaram o esforço que a presidente estava
fazendo” para superar a situação e falaram com “muita sinceridade”.
Outros temas
Antes
de se encontrar com os executivos, Cristina se reuniu por cinco minutos
com o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, que lhe
deu as condolências pelo falecimento de seu marido e ex-presidente,
Néstor Kirchner, em 27 de outubro.
De acordo com o jornal
argentino La Nación, a mandatária pretende abordar a reforma dos
organismos internacionais de crédito para avançar em uma proposta para
pagar a dívida de US$ 6,7 bilhões ao Clube de Paris — que reúne nações
credoras e com o qual está em moratória desde a crise econômica de 2001
— sem passar pela revisão imposta pelo acordo com o Fundo Monetário
Internacional (FMI).
Ela ainda participará das sessões plenárias e
dos almoços e jantares de honra para todos os chefes de Estado e
Governo que integram o grupo, e voltará a seu país na sexta-feira.
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